Jesús Cimarro: "A intenção é estender a programação do Festival de Mérida a Lisboa"

O teatro clássico, inspirado na Grécia e Roma antigas, está de volta à capital da antiga Lusitânia, e o diretor do festival, Jesús Cimarro, conta com a presença também de público português nas noites mágicas de Mérida. Há uma peça dos portugueses do Chapitô na programação deste ano.
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O Festival Internacional de Teatro Clássico de Mérida 2022 iniciou-se a 1 de julho. E já teve peças como Júlio César e Safo. Para quem só possa ir a Mérida na segunda quinzena de julho ou em agosto o que poderá ainda ver? Quer destacar duas ou três peças?
No fim de semana que passou tivemos a comédia, nesta edição, com uma versão de El Misantropo de Menandro e agora temos já a meio desta semana Minerva, protagonizada por Assumpta Serna. A dança encerrará o mês de julho com o Ballet de Rafaela Carrasco com Ariadna, al hilo del mito, e o espectáculo Sheherazade, da companhia de María Pagés. Agosto arranca com Miles Gloriosus, uma comédia protagonizada por Carlos Sobera. Seguidamente, El Aroma de Roma, um musical protagonizado por Leo Rivera e Agustín Jiménez, e terminaremos o mês com uma companhia da Extremadura que nos traz La Tumba de Antígona, de María Zambrano, dirigida por Cristina D. Silveira. Ainda, este ano foi adicionado um novo espaço ao Festival Internacional de Teatro Clássico de Mérida: o Teatro María Luisa. É um teatro que está fechado há 22 anos e que foi remodelado para ser agora aberto com a programação do Festival.

Este ano há uma participação portuguesa. Pelo Chapitô. Mas não no Teatro Romano. Pode explicar?
O espetáculo da companhia portuguesa Chapitô enquadra-se precisamente no Teatro María Luisa. Neste espaço, serão realizados espetáculos de pequeno e médio formato, sendo propostas diferentes.

Que outras cidades espanholas, como é habitual, terão uma extensão do festival?
As extensões do Festival de Mérida começaram no passado mês de junho, em Madrid, nos teatros Bellas Artes e Reina Victoria, e no final deste mês de julho terão início as extensões de Medellín, Cáparra e Regina.

Já houve uma apresentação em Lisboa, numa edição anterior, no teatro romano da capital portuguesa. Existem planos para Lisboa ou outras cidades portuguesas um dia ser palco também deste festival, que celebra o legado greco-romano da Península Ibérica?
Evidentemente, gostaríamos de poder fazer mais alguns espetáculos ou atividades em Lisboa. Fizemos exposições no Museu de Lisboa-Teatro Romano, a minha intenção é continuar a colaborar para estender a programação do Festival de Mérida à capital portuguesa.

Vamos na edição 68 deste festival e, delas, 11 são sob a sua direção, sempre com grande presença de público. Qual a fórmula do sucesso?
Não há fórmula para o sucesso. O que há é trabalho, trabalho e trabalho. Fornecemos todos os ingredientes para que a programação seja do agrado da maioria do público. O público é diversificado e variado, e tentamos que a promoção seja dirigida a todos os tipos de público.

Nestes anos, mais de uma década já, como diretor de um festival dedicado a celebrar a Antiguidade Clássica o que aprendeu sobre essa época, em que havia no Ocidente Ibérico uma província romana chamada Lusitânia e cuja capital era Mérida?
Que esta era uma época muito importante, a união da Lusitânia significou o elo comum entre Portugal e Espanha. Talvez um dia possa vir a realizar-se esta união, que já teve lugar há vinte séculos atrás.

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