Hakuna Matata Hans Zimmer, o espetáculo foi brutal na mesma
O espetáculo A New Dimension de The World Of Hans Zimmer de sábado à noite no MEO Arena em Lisboa não deixou ninguém insatisfeito. Quem foi "ouver" o esgotadíssimo espetáculo que reúne alguns dos maiores sucessos do compositor alemão (66 anos) saiu algo inebriado e com vontade de ir para casa rever os filmes que o celebrizaram.
Compôs mais de 500 músicas para cinema e por isso haverá sempre uma ou outra que falta entre as muitas obrigatórias como o emocionante (e suposto) adeus mártir de James Bond em 007: Sem tempo para morrer, ou o motivador Gladiador ou o fabuloso percurso impossível do Panda Kung Fu... ou o inolvidável Rei Leão, que levou a plateia ao delírio... ou o incontornável Pirata das Caraíbas que fechou de forma grandiosa o espetáculo que abriu com a música do Super Homem- Homem de Aço.
A projeção das cenas icónicas de cada filme ajudaram a criar o ambiente perfeito. Dune está por estes dias na boca do mundo pela estreia da parte II e a música orquestral fez jus ao enorme desempenho de Timothée Chamalet e companhia e ajudou a transportar os espetadores a para o deserto Arrakis com uma intensidade imersiva inexplicável. O intervalo tornou-se assim vital para obsorver todas as memórias que as músicas cinematográficas despertaram no espectador.
Mais do que partituras premiadas de Hans Zimmer brilhantemente executadas pela Orquestra de Odessa e conduzida pelo maestro Gavin Greenaway, de 59 anos, o espetáculo é uma poderosa orquestração musical. A dramatização transmitida pela percussão (onde se destacou o percussionista brasileiro Luís Ribeiro) depende de cada tema/filme. O Último Moicano é naturalmente diferente do Interstellar ou Top Gun. E houve momentos em que chegou a transportar o público do desconforto da cadeira de pavilhão desportivo para o conforto do sofá. Mérito do violino de Rusanda Panfili ou a flauta de Pedro Eustache. Quem nunca dormitou ou se emocionou a 'ouver' um filme como Miss Daisy?
E tudo melhora quando a voz se junta aos acordes. O coro de Nairobi ajudou, mas Lisa Gerrard, dos Dead Can Dance foi rainha, na companhia dos mais aplaudidos da noite: Lebo M. e Carmen Twillie - as vozes que deram vida ao Ciclo da vida ou Hakuna Matata.
Quem esperava ver o próprio curador do espetáculo ao vivo ficou certamente desiludido de o ver projetado num ecrã num diálogo encenado com o maestro numa espécie de voz off do programa musical. Quem foi ver não foi ao engano, mas, mesmo sabendo-se que o vencedor de dois Óscar - Dune em 2021 e Rei Leão em 1994 - não iria estar fisicamente presente no MEO Arena esse seria o final apoteótico que merecia, para além do aplauso capaz de atravessar o Oceano Atlântico como o própio pediu.
Mas... Hakuna Matata (Sem Problema, no idioma suaíle) Hans Zimmer, o espetáculo foi brutal na mesma. Para quem não viu, mas gostaria de ter visto, o A New Dimension de The World Of Hans Zimmer volta a Portugal no dia 9 de dezembro.