O Museu Guggenheim de Bilbau, em Espanha, inaugura em 16 de outubro a exposição Maria Helena Vieira da Silva: Anatomia do Espaço, que "analisa momentos essenciais" de toda a carreira da pintora portuguesa, anunciou esta sexta-feira a instituição.Maria Helena Vieira da Silva: Anatomia do Espaço, com curadoria de Flavia Frigeri (diretora de Coleções da National Portrait Gallery, de Londres), estará no Museu Guggenheim até 22 de fevereiro de 2026.A exposição, com oito secções temáticas, é "uma exploração em profundidade da evolução da linguagem visual" de Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) e "analisa em profundidade os momentos essenciais da carreira" da artista, "desde a década de 1930 até ao final de 1980, prestando especial atenção ao seu interesse pelo espaço arquitetónico", explicou o museu, no dossiê de apresentação da mostra.O museu realça que Maria Helena Vieira da Silva, nas suas pinturas, "dissipou as fronteiras entre paisagens urbanas reais e imaginárias e foi mais além das referências formais à cultura visual portuguesa e a movimentos de vanguarda como o cubismo e o futurismo"."Maria Helena e Arpad", "Anatomia do espaço", "Xeque-mate: bailarinos, xadrezistas e jogadores de cartas", "A Segunda Guerra Mudial vista do Rio de Janeiro", "Regresso a Paris", "Cidades: reais e imaginárias", "Exteriores e interiores" e "Tons de branco" são os temas das oito secções da exposição.Cada secção explora uma fase da obra e da vida de Vieira da Silva, como a relação da pintora com o marido, Arpad Szenes, através de uma série de retratos recíprocos; o estúdio-ateliê da artista; a passagem pelo Rio de Janeiro e o regresso a Paris, a influência do xadrez na sua obra, entre outros."A ideia do espaço é um tema central na obra de Maria Helena Vieira da Silva: as suas composições, que apresentam estruturas labirínticas, ritmos cromáticos e perspetivas fragmentadas, captam a essência de um mundo em perpétua transformação", lê-se na apresentação da mostra.A par da exposição, o Museu Guggenheim apresentou um programa paralelo de iniciativas, que inclui a projeção de "VIEIRARPAD", documentário de João Mário Grilo, nos dias 30 e 31 de janeiro de 2026, e diversas visitas guiadas.No comunicado, o museu lembra a ligação de Maria Helena Vieira da Silva à colecionadora e mecenas Peggy Guggenheim e ao empresário e colecionador de arte Solomon R. Guggenheim.A primeira incluiu Vieira da Silva na exposição "31 Mulheres", em Nova Iorque, em 1943, e o segundo (tio de Peggy Guggenheim e fundador da Fundação Guggenheim) esteve por trás de um dos primeiros apoios à artista portuguesa, com a compra, em 1937, da obra Composição, que atualmente faz parte do fundo do Museu Guggenheim de Nova Iorque.Maria Helena Vieira da Silva nasceu em 1908 em Lisboa, estabeleceu-se como pintora em Paris, onde conheceu o marido, o artista plástico húngaro Arpad Szenes.Após um exílio de sete anos no Brasil, durante a II Guerra Mundial, foi-lhe atribuída a cidadania francesa.A obra da pintora está exposta no Centre Georges Pompidou, de Paris, no MoMA e Guggenheim de Nova Iorque, na Tate Collection, de Londres, no Thyssen-Bornemisza, de Madrid, no Art Institute of Chicago, no Ashmolean Museum, em Oxford, e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.Em Lisboa, a Fundação Arpad Szenes - Maria Helena Vieira Silva, detentora do museu e de um extenso acervo de ambos os artistas, tem por missão a divulgação e o estudo da obra de ambos, assim como de artistas que lhe eram próximos.Na coleção da Fundação Calouste Gulbenkian, encontram-se igualmente algumas das mais importantes obras da artista, como Le Héros ou Le Héraut e História Trágico-Marítima, que será mostrada em Bilbau.Entre as diferentes obras de Vieira da Silva, na coleção de Serralves, conta-se A Poesia está na Rua, 25 de Abril de 1974, a partir do poema de Sophia de Mello Breyner Andresen.Vieira da Silva foi eleita Membro da Royal Academy of Arts de Londres, em 1988, e ordenada Oficial da Legião de Honra em França, com insígnias entregues pelo Presidente François Mitterrand, em 1991. Morreu em Paris em 1992..‘Broken Vision’: uma crítica social através da fragmentação da imagem .Nos limites do desenho. Diogo Pimentão vai expor a solo no CAM