Israel venceu o festival da Eurovisão quatro vezes, uma delas em 2018, quando se realizou em Lisboa.
Israel venceu o festival da Eurovisão quatro vezes, uma delas em 2018, quando se realizou em Lisboa.Gustavo Bom/Global Imagens

Festival Eurovisão da Canção vai ter novas regras de votação

Redução do número de votos do público e o regresso de jurados nas semifinais são algumas das mudanças anunciadas esta sexta-feira, dia 21, pela União Europeia de Radiodifusão.
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O Festival Eurovisão da Canção vai ter novas regras de votação, nomeadamente uma redução do número de votos do público e o regresso de jurados nas semifinais, anunciou esta sexta-feira, dia 21 de novembro, a União Europeia de Radiodifusão (UER).

Em comunicado, a UER refere que foram feitas “importantes atualizações no quadro de votação do Festival Eurovisão da Canção, para reforçar a confiança, a transparência e o envolvimento do público” no evento.

“As alterações surgem na sequência de um amplo processo de consulta aos membros da UER [entre os quais a RTP] após o Festival de 2025”, explica a organização.

Para a edição de 2026, o número máximo de votos possível para cada espetador (feitos ‘online’, por SMS ou chamada telefónica) é reduzido de vinte para dez.

As semifinais do festival voltam a ter júris profissionais - o que já não acontecia desde 2022 – e tanto nas semifinais como na final é feita uma repartição de “aproximadamente 50/50 entre os votos do júri e do público”.

Os júris passam a integrar sete elementos (anteriormente eram cinco), têm de representar uma “variedade de experiências profissionais” ligadas à música e às artes e têm de assinar um compromisso de imparcialidade.

“Cada júri incluirá pelo menos dois jurados entre 18 e 25 anos”, refere a UER.

Em comunicado, a UER sublinha ainda que as emissoras televisivas e os artistas participantes “não estão autorizados a participar ativamente, a facilitar ou a contribuir para campanhas promocionais de terceiros que possam influenciar o resultado da votação”.

“Qualquer tentativa de influenciar indevidamente os resultados será sancionada”, refere.

Estas medidas são anunciadas depois de terem surgido várias polémicas sobre o sistema de votação, nomeadamente envolvendo Israel.

Alguns países europeus, entre os quais Eslovénia, Espanha, Irlanda, Islândia e Países Baixos, tornaram público nos últimos meses que ponderam boicotar a edição de 2026, que acontecerá em Viena, caso Israel participe no concurso.

Nos Países Baixos, a associação de radiodifusão pública Avrotros acusou Israel de ter cometido “interferência comprovada durante a última edição, envolvendo-se em manipulação política do evento”, numa referência à segunda posição obtida pela cantora israelita Yuval Raphael, através da votação telefónica, na edição deste ano do concurso.

A Avrotros justificou ainda a decisão citando as “graves violações da liberdade de imprensa” cometidas por Israel em Gaza.

Bélgica, a Suécia e a Finlândia revelaram estar a pensar também sobre a participação no festival. Os boicotes devem-se aos ataques militares de Israel no território palestiniano da Faixa de Gaza, nos dois últimos anos, classificados como genocídio por uma comissão internacional independente de investigação da Organização das Nações Unidas.

Na terça-feira, em conferência de imprensa, o diretor-geral da estação pública austríaca de radiodifusão ORF, Roland Weissmann, disse que “chegou o tempo da diplomacia” para que se consiga realizar o Festival Eurovisão da Canção em 2026.

Weissmann disse que espera um compromisso, em dezembro, sobre a participação de Israel na Eurovisão, para que a Áustria possa acolher “o maior número possível de participantes”.

A União Europeia de Radiodifusão irá tomar uma decisão assembleia geral ordinária de inverno, marcada para os dias 04 e 05 de dezembro.

A final do 70.º Festival Eurovisão da Canção está marcado para 16 de maio, sendo antecedida de duas semifinais a 12 e 14 de daquele mês.

O Festival Eurovisão da Canção é organizado pela UER em cooperação com operadores públicos de mais de 35 países, entre os quais a RTP.

O concurso realiza-se anualmente desde 1956 e já houve países excluídos, caso da Bielorrússia, em 2021, após a reeleição do presidente Aleksandr Lukashenko, e da Rússia, em 2022, após a invasão da Ucrânia.

Israel foi o primeiro país não europeu a poder participar, em 1973, e ganhou quatro vezes.

A Áustria venceu o 69.º Festival Eurovisão da Canção, que aconteceu em maio passado em Basileia, na Suíça, com o tema Starmania, interpretado por JJ. Os representantes portugueses, NAPA, alcançaram o 21.º lugar com a canção Deslocado.

Portugal participou pela primeira vez no Festival Eurovisão da Canção em 1964, tendo entretanto falhado cinco edições (em 1970, 2000, 2002, 2013 e 2016).

Em 2017, Portugal venceu pela primeira e única vez o concurso com a canção “Amar pelos dois”, de Luísa Sobral, interpretada por Salvador Sobral.

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