Esta cidade é Macau
A sua singularidade reside não apenas no forte contraste entre o “pequeno”, em termos de área e população, e o “grande”, em termos de desenvolvimento económico e bem-estar, mas também na preservação das marcas históricas da confluência de culturas orientais e ocidentais, e a coexistência harmoniosa de múltiplas culturas na cidade. Macau serve como uma ponte entre a China, Portugal, e todos os países lusófonos. Esta vantagem única não foi esquecida, pelo contrário, tem sido ainda mais bem aproveitada após o retorno à China.
Há uma cidade com uma área de apenas 33,3km², onde vivem mais de 680 mil habitantes. Em 2023, essa cidade recebeu 28,21 milhões de turistas de todo o mundo. Segundo as estatísticas da revista Forbes publicadas em outubro de 2024, Macau tem o segundo maior PIB per capita do mundo, perdendo apenas para o Luxemburgo. A esperança média de vida dos seus habitantes é de 83,1 anos, estando entre as mais altas do mundo. Os residentes locais usufruem de 15 anos de Educação gratuita, desde o Ensino Pré-escolar até ao Ensino Secundário. A cidade alberga 22 hotéis de 5 estrelas da Forbes, o que a torna este o destino turístico com o maior número de hotéis de luxo no mundo.
Esta cidade é Macau, um pequeno centro urbano que, comparada com outras urbes da China, pode ser descrita como “miniatura”. Graças ao princípio de “um país, dois sistemas”, os resultados conseguidos por Macau em termos de desenvolvimento económico e social desde que se tornou uma Região Administrativa Especial da China, em 1999, têm sido impressionantes, podendo mesmo ser comparados aos de algumas metrópoles internacionais.
O seu desenvolvimento próspero não deve ser apenas atribuído ao esforço incansável dos seus habitantes, mas também ao forte apoio da Mãe-Pátria. A água e a eletricidade utilizadas em Macau, bem como a maior parte dos produtos alimentares frescos consumidos pelos seus residentes, são fornecidos desde sempre pelo interior da China.
Nos últimos anos, cerca de 70% dos turistas que visitam Macau têm sido oriundos do interior da China, contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento da indústria turística da cidade. Aproveitando esta vantagem, Macau está a posicionar-se como Centro Mundial de Turismo e Lazer, constituindo esta uma das orientações para o desenvolvimento futuro da cidade.
Os laços históricos e culturais únicos entre Macau e os países de língua portuguesa nunca foram esquecidos e esta vantagem singular tem sido mais bem aproveitada desde o regresso à China. Em 2003, sob os auspícios do governo central, foi criado o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau). Realizaram-se em Macau seis edições das Conferências Ministeriais do Fórum, sendo localizado também na cidade o seu Secretariado Permanente.
Além da cooperação económica e comercial, após 20 anos de desenvolvimento do Fórum de Macau, a cultura, a educação, a ciência e a tecnologia também se têm vindo a tornar áreas importantes de cooperação. Além disso, Macau estabeleceu relações de amizade ou geminação com várias cidades de países de língua portuguesa, como Portugal, Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, desempenhando um papel cada vez mais relevante como ponte nos intercâmbios e na cooperação entre a China e os países lusófonos em diversas áreas.
Pot-pourri de culturas
A coexistência harmoniosa de diversas culturas é outra característica marcante de Macau. Em 2005, foi incluído na Lista do Património Mundial da UNESCO o Centro Histórico de Macau, constituído por mais de 20 edifícios históricos de arquitetura chinesa e Ocidental, como as Ruínas de São Paulo, o Templo de A-Má, o Farol da Guia e o Teatro D. Pedro V, ligados entre si por praças e ruas adjacentes, tornando-se um testemunho da convergência cultural entre o Oriente e o Ocidente.
Em 2021, práticas culturais que refletem a fusão entre as culturas chinesa e portuguesa foram incluídas no Inventário Nacional do Património Cultural Intangível da China. Entre elas destacam-se a gastronomia macaense (uma cultura gastronómica baseada no método de preparação dos alimentos da culinária portuguesa integrando ingredientes e métodos culinários de África, Índia, Malásia e também locais) e o teatro em patoá (uma forma de dramaturgia em patoá, que é um sistema linguístico que surgiu com a chegada dos portugueses a Macau, e que tem o português como base, misturando-o com cantonês, malaio, inglês, espanhol, etc.). Esta arte dramatúrgica tornou-se um dos espetáculos mais populares do Festival de Artes de Macau, realizado anualmente.
Todos os anos, de outubro a dezembro, Macau acolhe uma série de eventos que exibem a cultura dos países de língua portuguesa e da China. O Festival da Lusofonia, que já era realizado muitos anos antes do retorno de Macau à China, continua a ser uma tradição anual. A Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa realiza-se há 16 anos no âmbito do Fórum de Macau, e o Encontro em Macau - Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa já entrou no seu sexto ano. Estes eventos não só proporcionam um palco para espetáculos, intercâmbios e colaborações entre artistas lusófonos e chineses, mas também permitem ao público chinês conhecer e experienciar a cultura diversa e rica dos países de língua portuguesa, o que coincide com o propósito de Macau de construir “uma base de intercâmbio e cooperação para a promoção da coexistência multicultural com predominância da cultura chinesa”.
Esta é Macau, uma cidade pequena, mas única. A sua singularidade reside não só no forte contraste da “pequenez” da sua dimensão territorial e populacional com a “grandeza” do seu desenvolvimento económico, mas também na preservação da marca histórica da convergência cultural entre Oriente e Ocidente, especialmente as culturas portuguesa e chinesa. Embora a cidade enfrente muitas dificuldades e desafios no seu desenvolvimento futuro, há razões para acreditar que Macau continuará a brilhar de forma única, desempenhando um papel insubstituível no intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente e na cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.
INICIATIVA DO MACAO DAILY NEWS