O novo disco de Diogo Piçarra engloba diferentes estilos, como Deep House, Garage, DanceHall e Future Bass.
O novo disco de Diogo Piçarra engloba diferentes estilos, como Deep House, Garage, DanceHall e Future Bass.Paulo Spranger

Das baladas à eletrónica: Diogo Piçarra em Sentimental

O disco está disponível em todas as plataformas digitais e incluí 14 temas. O cantor vai atuar no Super Bock Arena a 13 de abril e no Sagres Campo Pequeno a 20 de abril.
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Na era da inteligência artificial e da tecnologia, é importante  não deixar de lado a essência humana. Essa é a mensagem que Diogo Piçarra passa no seu novo disco SNTMNT  ou Sentimental.

Quatro anos após o seu último álbum,  o cantor apresenta-se num registo diferente do habitual. O disco já está disponível em todas as plataformas digitais e o CD estará nas lojas a partir de 15 de março. 

Ao longo do álbum podem encontrar-se diferentes estilos de música eletrónica, como Deep House, Garage, DanceHall e Future Bass, que mostram várias facetas de Diogo Piçarra. No entanto, Diogo não deixa de lado as baladas românticas, sendo este novo trabalho uma experiência musical para qualquer estado de espírito. O álbum foi um desafio para o próprio artista como criador, como explica em entrevista ao DN. “Tentei fazer coisas que ainda não tinha feito na área da eletrónica e depois também em termos de temáticas”, diz.  

O amor continua a ser a grande fonte de inspiração de Diogo Piçarra, incluindo experiências pessoais, mas também as histórias de outras pessoas.“Nem tudo é autobiográfico e, por isso, acho que o amor vai estar sempre presente no meu trabalho. Aqui no disco, também existe muito desamor próprio e algumas dúvidas existenciais”.

Músicas como Sentimental  refletem autocrítica e as suas batalhas diárias. Outro exemplo disso é Vem-me Salvar, onde o cantor pede  que o venham salvar, por se sentir  preso e sem saída.  

Já  no single Não Te Odeio, lançada em novembro, o artista canta sobre  não gostar  e de não querer estar  perto de alguém. “Aqui não estou a falar de ex-namoradas nem nada disso. Estou a falar de colegas de profissão,  pessoas falsas, pessoas tóxicas da nossa vida”, acrescenta o artista.  As reações do público a este tema foram inesperadas para o cantor. “Acho que tive uma reação excelente, brutal, porque as pessoas identificaram-se com isto, e eu não esperava”. 

Diogo Piçarra juntou-se a Pedro Abrunhosa para a música Amor de Ferro, num registo intimista e melancólico característico dos dois artistas. Esta é a primeira parceria entre os dois, apesar da ligação ser antiga. Pedro Abrunhosa sempre foi uma referência para Diogo Piçarra, desde a sua participação no programa de televisão Ídolos, da SIC. “Tive imenso medo de lhe mostrar a canção, porque achava que ele não ia gostar. Fiz a música praticamente completa para ele não dizer que faltava alguma coisa. Assim que falei com ele,  disse-lhe que era uma música chamada Amor de Ferro.  E tive toda a atenção dele. Mostrei-lhe a música e disse-me logo ‘estou dentro. Temos de lançar isto’.  Quando cheguei ao estúdio,  O Pedro tinha o verso dele tal e qual como eu imaginava. Nem lhe pedi nada”, lembra o cantor. 

Sentimental conta ainda com outras três colaborações, uma delas já conhecida, intitulada Monarquia, com Bispo.  A música Sabesamar  junta a voz e a participação da cantora portuguesa Jura. Já o tema Paraquedas surgiu durante um Writing Camp para produtores e compositores, onde Diogo Piçarra foi agrupado com a artista espanhola Sofía Martín. 

Das 14 músicas do álbum, seis foram totalmente produzidas pelo artista . Pela primeira vez no seu próprio estúdio, o cantor produziu cerca de 40 músicas. Muitas delas ficam, por enquanto, ‘na gaveta’, mas no Diogo Piçarra poderá disponibilizá-las num disco.

Durante o processo criativo, uma das  dificuldades foi a mistura da língua portuguesa com música eletrónica. “Não é comum ter uma música de beat e e depois cantar em português.  É  raro encontrar isso. Acho que o inglês é muito mais fácil, porque já ouvimos, por exemplo, o Calvin Harris a fazê-lo. Depois é só repetir a fórmula e cantar em inglês.Vai soar sempre melhor, porque já estamos habituados a isso”, desenvolve. 

Depois de várias ideias, o artista optou por se  apresentar debaixo de água, ligado a tubos, como se fosse um cyborg que procura a emoção humana.  Esta capa surgiu juntamente com o seu irmão. “Queria fazer algo futurista, mas não estávamos a chegar lá. Criámos primeiro uma capa com um robot, depois passámos para a ideia de ser  um  polvo, que é um animal sentimental, porque tem três corações. Depois, fiz uma sessão de fotos com o meu irmão e ele fez magia”, explica.

Capa do disco Sentimental.

Diogo Piçarra vai atuar no Super Bock Arena a 13 de abril e no Sagres Campo Pequeno a 20 de abril, para promover este trabalho. Em espetáculos passados, o artista já deu algumas pistas do conceito aos fãs com estratos robóticos. “Nestes concertos já tenho essas estruturas a funcionar completamente, e que vão dar esse ar mais futurista, mais robótico, e que vão casar na perfeição com o disco. O público vai poder mergulhar no concerto de uma forma diferente. Estes dois espetáculos vão ser únicos, mais longos, com mais músicas”, diz. 

Diogo  já começou a ensaiar, mas ainda não está satisfeito. “Acho que tenho de trabalhar melhor no alinhamento, porque quero mesmo fazer algo diferente para as pessoas que já me acompanham há alguns anos”, conclui. O preço dos bilhetes para os concertos varia entre 20 e 75 euros.  

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