Atriz de 'A Guerra dos Tronos' revela que esteve à beira da morte
A atriz britânica Emilia Clarke, conhecida por desempenhar o papel da Mãe dos Dragões, Daenerys Targaryen, na A Guerra dos Tronos, revelou que sofreu dois aneurismas cerebrais - o primeiro após a gravação da primeira temporada da série - e que estava convencida que iria morrer.
Clarke, de 32 anos, revelou os problemas de saúde que sofreu num ensaio escrito na revista The New Yorker, intitulado "Uma batalha pela minha vida". O ensaio foi publicado a menos de um mês da estreia da oitava e última temporada da séria da HBO, que chega a Portugal na madrugada de 15 de abril.
Segundo a atriz, o primeiro aneurisma aconteceu no início de 2011, quando tinha 24 anos, pouco depois de acabar de filmar a primeira temporada. O segundo aneurisma teve-o em 2013, depois de acabar as filmagens da temporada número 3.
Um aneurisma cerebral é uma dilatação numa artéria do cérebro, que pode ser fatal se rebentar. E o dela, o primeiro, rebentou.
"Quando todos os meus sonhos de infância pareciam ter-se tornado realidade, quase perdi a cabeça e depois a minha vida", escreveu Clarke.
Depois de ter sido submetida a uma primeira cirurgia de emergência, Clarke sofreu de afasia -- uma condição que atinge pessoas que sofreram traumas cerebrais e que as deixa com problemas de fala. A atriz não se lembrava sequer do nome completo e palavras sem sentido saíam-lhe da boca. "Podia ver o meu futuro, e a minha vida não valia a pena", revelou. "Sou uma atriz, preciso de me lembrar das minhas falas. Agora nem me podia lembrar do meu nome", acrescentou.
De regresso às filmagens da segunda temporada, Clarke diz que estava por vezes tão tonta e fraca que temia morrer. "Não sei o que a Daenerys estava a fazer. Para ser honesta, todos os minutos de todos os dias pensava que ia morrer", escreveu. Ainda antes de voltar a filmar, tomava morfina para conseguir estar nas entrevistas de promoção da primeira temporada.
Em 2013, foi submetida a uma segunda e terceira cirurgias, porque os médicos descobriram um segundo aneurisma, mais pequeno que tinha entretanto aumentado de tamanho. A segunda operação, que devia ter sido simples como a primeira (uma embolização endovascular feita com um cateter introduzido através da artéria femoral) não correu bem e foi preciso uma terceira, através do cérebro, que implicou depois a colocação de placas de titânio.
Clarke ficou um mês num hospital nos EUA - estava a trabalhar numa peça da Broadway quando foi necessário fazer a nova operação. Tinha constantes ataques de pânico e perdia a esperança. "Passar por esta experiência pela segunda vez, toda a esperança tinha desaparecido... Lembro-me de estar convencida de que não ia sobreviver", escreveu a atriz.
Notícias sobre a sua saúde chegaram a vir a público, mas Clarke negou tudo. Agora, totalmente saudável, decidiu revelar a verdade e apoiar publicamente a SameYou, uma organização de caridade para sobreviventes de lesões cerebrais que ajudou a criar.
"Há algo gratificante, e mais do que sorte, em ter chegado ao fim da Guerra dos Tronos. Estou muito feliz por estar aqui para ver o final desta história e o começo do que vem a seguir", acrescentou.