Capa de 'Astérix na Lusitânia'.
Capa de 'Astérix na Lusitânia'.

'Astérix na Lusitânia'. Conheça a capa e novos personagens do 41º álbum das aventuras do gaulês

Sacanês e Comicus são os vilões nesta história em que entram ainda Àsduasportrês e Biscatês, e onde não faltam bacalhau, azulejos e muita "melancolia". Livro é lançado no dia 23 de outubro.
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Astérix, Obélix e Ideiafix sobem a calçada com o Tejo ao fundo, um bacalhau a secar na varanda de uma mulher, um casal apaixonado de lusitanos a conversar, e um homem com cara de poucos amigos a espreitar por detrás de uma coluna. Isto tudo "em tons rosados, amarelados e alaranjados". É a esta a capa definitiva do 41.º álbum das Aventuras de Astérix, Astérix na Lusitânia, "uma verdadeira homenagem à beleza das cidades portuguesas", diz a editora ASA.

Quanto ao homem "meio-escondido", a editora lembra "que um lusitano, já aparecido n’O Domínio dos Deuses, solicitou a ajuda de Astérix e Obélix para libertar o seu amigo, prisioneiro dos Romanos. Uma coisa é certa: vai haver muita ação na Lusitânia!".

O novo livro das aventuras de Astérix será lançado mundialmente no próximo dia 23 de outubro, e a editora, que desde dezembro de 2024 foi divulgando alguns teasers sobre a nova obra, libertou esta segunda-feira, dia 13 de outubro, mais alguns detalhes.

Capa de 'Astérix na Lusitânia'.
Capa de 'Astérix na Lusitânia'.

"A fleuma bretã, o orgulho hispânico, a limpeza helvética, a jovialidade belga… Para o novo destino das aventuras de Astérix, era preciso encontrar um sentimento capaz de sintetizar o espírito lusitano. E esse sentimento foi a melancolia!", adianta-se.

O desafio de Fabcaro, autor do texto, e Didier Conrad, criador dos desenhos, foi traduzir "este estado de alma amargo e doce, tão difícil de explicar e de compreender, utilizando-o ao mesmo tempo como motivo e fonte de humor. Tentem imaginar um sentimento que mistura a nostalgia, um nadinha de tristeza, mas também uma pitada de poesia, de elegância e de esperança. Juntem-lhe uma mão-cheia de fado, um punhado de pôr do sol no Atlântico e obterão a famosa 'saudade', palavra tipicamente portuguesa e intraduzível em qualquer outra língua", lê-se na informação divulgada pela ASA.

O retrato da "melancolia" portuguesa começa com Viriato que resiste ao domínio dos romanos, mas é traído durante o sono.

Outra característica lusitana que é explorada no álbum é a tão falada hospitalidade nacional. "Desde o início que quis lusitanos hospitaleiros. Depois, enquanto estava a escrever o argumento, eu e o Céleste (o editor) fomos a Portugal em viagem de prospeção, para descobrir in loco a cultura e a alma portuguesas. Pois bem, descobrimos uma hospitalidade tão inacreditável que decidimos colocá-la ainda um pouco mais em evidência na história, em pequenas pinceladas, ao longo de todo o álbum", diz Fabcaro.

Duranta a sua estadia na Lusitânia, Obélix e Astérix vão provar vários pratos nacionais, e não apenas o indispensável bacalhau. Haverá referências à gastronomia nacional, mas também ao artesanato - azulejos não vão faltar.

Também se vão revelar as bonitas paisagens nacionais, feitas de mar e serra. "No início, receava cair um pouco nas mesmas paisagens da Hispânia, mas não aconteceu nada disso. A Hispânia tem paisagens bastante áridas, ao passo que na Lusitânia, que fica do lado do oceano, é tudo muito verdejante, há muitas árvores, o clima é mais húmido. Há também cidades magníficas e muito coloridas, o que permite diversificar os cenários", explica Fabcaro.

Em cada nova aventura aparecem sempre caras novas e este 41º álbum não é exceção. "É claro que Goscinny e Uderzo já tinham feito uma primeira abordagem ao aspeto físico dos Lusitanos, pois o primeiro lusitano aparece em O Domínio dos Deuses. Foi ele que me serviu de modelo para o Àsduasportrês e o Biscatês, dois aurigas lusitanos que aparecem em Astérix e a Transitálica", adianta Didier Conrad.

Como em qualaquer boa história, não podem faltar vilões, e o homem que aparece meio-escondido na capa chama-se Sacanês. A ele junta-se Comicus, inspirado no humorista britânico Ricky Gervais. Uma tradição que já vem dos tempos dos criadores originais desta banda desenhada, René Goscinny e Albert Uderzo, em 1959.

"Depois de Pierre Tchernia (que aparece em Astérix na Córsega sob o nome de Gaspachoalentejanus, mas também sob as feições de vários Romanos ao longo dos álbuns), também houve Sean Connery (mascarado de espião de César em A Odisseia de Astérix), e mais recentemente Johnny Hallyday (bardo em Astérix entre os Pictos) ou Michel Houellebecq (geógrafo em Astérix e o Grifo).

Os homens de cabelo escuro e fartos bigodes e as mulheres inspiradas em "figuras populares de Portugal", sempre com "uma pitada de melancolia e de doçura", a contrastar com o orgulho hispânico, é assim que são caraterizados os habitantes da Lusitânia.

A história é segredo guardado a sete chaves até ao dia do lançamento mundial do livro no próximo dia 23. Em dezembro do ano passado veio um primeiro teaser, a anunciar que Astérix e Obélix iriam embarcar numa primeira viagem, sem revelar ainda o destino.

O novo destino seria tornado público em março de 2025: "A Lusitânia, província romana situada em grande parte no território do atual Portugal".

Foi difundida uma capa "provisória", com Astérix, Obélix e Ideiafix sobre calçada portuguesa com desenhos de bacalhaus.

Escolha da Lusitânia

Fabcaro diz que "queria um álbum ensolarado, luminoso, num país não muito distante que remetesse para férias. E, portanto, a Lusitânia impôs-se rapidamente. Eu já lá tinha ido várias vezes de férias e sempre adorei! As pessoas são muito calorosas", diz o autor da história sobre a escolha deste cantinho à beira-mar plantado para o novo destino das viagens de Astérix e Obélix.

"Fui a Portugal há alguns anos e gostei muito do país. Adoro desenhar os álbuns de viagem. Delicio-me a reproduzir as paisagens pitorescas e a acrescentar-lhes pequenos detalhes próprios da cultura do país visitado – e isso é coisa que não falta em Portugal!", acrescenta Didier Conrad.

Na mesma informação à imprensa, o Embaixador de Portugal em França, Francisco Ribeiro de Menezes, também se pronuncia sobre esta nova aventura. "A Lusitânia recebe de braços abertos os seus amigos Astérix e Obélix. Já estávamos à espera deles há muito tempo. Tal como os irredutíveis Gauleses, também os Lusitanos tiveram de combater pela sua liberdade e pela preservação da sua identidade, forjada face a um mesmo oceano e um mesmo império".

Além disso, sublinha o diplomata, "Lusitanos e Gauleses partilham inúmeras caraterísticas – a boa gastronomia, o patriotismo, a poesia e as canções, as viagens e as descobertas".

Francisco Ribeiro de Menezes diz que aguarda "com impaciência" para saber "o que irão o Astérix e o Obélix, juntamente com o pequeno Ideiafix, fazer na nossa terra, isto é, na Lusitânia".

Fabcaro e Didier Conrad vão estar em Portugal no dia 27 de outubro para a apresentação de Astérix na Lusitânia.

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