A magia da infância sem efeitos especiais

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Se juntássemos Maria-Rapaz (2011), a segunda longa-metragem de Céline Sciamma, sobre uma menina de 10 anos que se apresenta à nova vizinhança como um rapaz, e a animação A Minha Vida de Courgette (2016), de Claude Barras, cujo argumento também é de Sciamma e retrata um menino órfão levado para uma casa de acolhimento, o resultado não estaria muito longe de um objeto como Petite Maman - Mamã Pequenina.

Sciamma domina a matéria-prima da infância como uma artesã atenta à expressão corporal das suas atrizes, cuidadosa com as palavras que não devem pesar sobre a observação dos pequenos seres, estes que experimentam a melancolia dos adultos mas ainda querem brincar.

A magia de Petite Maman, conto espiritual e naturalista sobre o luto e a tristeza que passa de mães para filhas, nasce desta arte de olhar para as crianças como um território de fantasia sem efeitos especiais. Forjando o encontro entre uma menina de 8 anos e a sua "mãe pequenina", o filme respira o silêncio dos laços íntimos e o indizível da morte.

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