76% dos portugueses leram pelo menos um livro em 2024. Jovens entre os 25 e 34 anos são os que leem mais
Carlos Carneiro

76% dos portugueses leram pelo menos um livro em 2024. Jovens entre os 25 e 34 anos são os que leem mais

Estudo "Hábitos de Compra e Leitura em Portugal” foi apresentado pela APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros no arranque do evento Book 2.0 – O Futuro da Leitura, a decorrer em Lisboa.
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O estudo é da Gfk para a APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros e revela que 76% dos portugueses afirma ter lido pelo menos um livro no ano passado, o que corresponde a uma subida face aos 73% que em 2023 disseram ter lido pelo menos uma obra.

Os resultados do inquérito revelam ainda que em média foram lidos 5,3 livros pelos portugueses, uma quebra em relação aos 5,6 no ano anterior. Um valor que aumenta no universo dos que leem efetivamente, mas que também sofreu uma quebra, passando de 7,9 livros em 2023 para 7,2 em 2024.

Esta análise foi apresentada pelo presidente da APEL, Miguel Pauseiro, no primeiro dia do evento Book 2.0 - O futuro da leitura, uma iniciativa de dois dias que reúne cerca de 50 oradores nacionais e internacionais, na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

Miguel Pauseiro, presidente da APEL.
Miguel Pauseiro, presidente da APEL.Gerardo Santos

Os dados revelam ainda que são os jovens entre os 25 e 34 anos os que leem mais, com 91% a afirmar ter lido no último ano. Segue-se a faixa etária dos 35-54, com 86% a assumir ter pegado num livro em 2024.

Mas o grupo etário que mais cresce nos níveis de leitura é o dos jovens dos 15 aos 24 anos, que passaram de 58% para 76% no ano passado. Os portugueses com mais de 75 anos são os que leem menos.

A maioria lê por lazer (60%), sobretudo as mulheres (64% face aos 54% dos homens). No entanto, há outras formas de passar o tempo que para os portugueses são prioritárias face à leitura, como conviver com amigos (mais de 90%), estar nas redes sociais (84%), ver televisão (72%), assistir a eventos culturais ou desportivos (72%) e a praticar desporto (63%).

Outro dado do estudo da Gfk é que ler em papel continua a dominar, com 92% dos portugueses a preferirem ter um livro em formato físico. Para os que têm entre 15 e 24 anos esta percentagem desde para 84%.

Mas a leitura de livros em ecrãs está a crescer, com 22% dos portugueses a dizer que leem livros em formato digital, uma subida em relação aos 17% em 2023, uma fatia que sobe para os 32% entre os 25 e os 24 anos.

A leitura em e-readers domina (45%), seguindo-se no tablet (37%) e no telemóvel (35%), sendo que ler em smartphones foi o que subiu mais.

O estudo também olhou para os hábitos de compra, com mais de metade dos portugueses a dizer que compraram livros em 2024, mais precisamente 54%, o que se traduz numa descida face aos 65% de 2023. Em média foram comprados de 3,9 exemplares por pessoa, menos do que os 4,8 de 2023.

Dos que compraram livros no ano passado, 82% fê-lo para consumo próprio e 34% comprou para oferecer, uma descida face aos 44% que o fizeram em 2023. Quem compra mais livros tem entre 35 e 54 anos (82%).

Em relação ao género literário que mais interesse desperta, o romance lidera com 66%, seguido pelo policial e romance histórico, ambos com 45%, e pelos livros infanto-juvenis, com 40% das compras efetuadas.

Ainda assim, como já tinha sido revelado pela APEL, o mercado editorial nacional registou em 2024 um crescimento em valor de 9% para os 204 milhões de euros face ao ano anterior.

Entre os que não costumam ler livros, a razões apontadas são a falta de interesse (46%), a falta de tempo (39%) e a preferência por outras atividades de lazer (35%).

Miguel Pauseiro, presidente da APEL, diz que “estes resultados confirmam que, apesar do crescimento sustentado do mercado do livro em Portugal evidenciar uma base estável de leitores e apesar dos avanços verificados nas últimas cinco décadas no acesso à educação e no acesso aos livros, a compra de livros e a leitura não são, ainda, uma prática regular nem um hábito diário fortemente enraizado na maioria das famílias portuguesas”.

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