O soro equino hiperimune desenvolvido por cientistas argentinos para o tratamento da covid-19 estará disponível a partir desta segunda-feira para uso hospitalar e por organizações de saúde da Argentina, anunciou o diretor científico do projeto e do governo daquele país sul-americano..O presidente Alberto Fernández visitou neste dia as instalações da empresa de biotecnologia Inmunovaa, no campus da Universidade de San Martín (na periferia noroeste), onde o soro foi desenvolvido e será distribuído em hospitais, clínicas e sanatórios, informou o governo em comunicado..O estudo clínico do soro começou em setembro, em pacientes de 18 hospitais que desenvolveram a doença de forma moderada a grave. No final de dezembro, foi registado "sob condições especiais" pela Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (Anmat).."Em pacientes que estão a piorar e não desenvolvem a sua própria resposta imunológica a tempo, o fornecimento de anticorpos por esta imunoterapia passiva permite evitar a proliferação viral e dar ao paciente tempo para desenvolver suas próprias defesas, evitando a inflamação respiratória generalizada", explicou Fernando Goldbaum, diretor da empresa de biotecnologia Inmunova, ao órgão estatal Telam..É o "primeiro tratamento inovador aprovado para esta doença desenvolvido na Argentina", acrescentou Goldbaum..O tratamento é baseado em anticorpos policlonais equinos (vacas e cavalos), obtidos pela injeção de uma proteína recombinante do SARS-CoV-2 nesses animais, inócua para eles, o que faz com que eles gerem uma grande quantidade de anticorpos neutralizantes..Após a visita, o presidente "pesou a importância do projeto, que rendeu resultados positivos na redução da mortalidade (45%), na diminuição dos dias necessários para cuidados intensivos (24%) e na menor necessidade de uso de respiradores (36%)", segundo o comunicado..O laboratório do Instituto Biológico Argentino (BIOL) produz cerca de 12 mil tratamentos por mês..A Argentina regista mais de 1,7 milhão de casos de coronavírus, com quase 44.500 mortes, em uma população de 44 milhões.