Novas queixas de acumulação de lixo. MARL pede desculpa e promete resolver problema

Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL) reconhece o problema que justifica com "a fase de adaptação do novo prestador de serviços", que assumiu a recolha de resíduos no exterior do mercado a 1 de setembro. "Estamos a falar da limpeza de 101 hectares", refere o MARL, que espera ver a situação resolvida "muito rapidamente".
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A acumulação de lixo no exterior do Mercado Abastecedor a Região de Lisboa (MARL) volta a ser um problema e a suscitar novas queixas. O mercado reconhece a situação, pede desculpa e espera ter a situação resolvida "rapidamente". As redes sociais voltaram a dar voz às denúncias sobre os restos de fruta e legumes deteriorados, caixas e paletes abandonados junto aos cais dos pavilhões e nas vias do mercado que abastece a região de Lisboa. Esta não é primeira vez que há queixas. Já em maio foram denunciados problemas na recolha de lixo, como o DN noticiou.

"O MARL está um autêntico nojo!", denuncia esta terça-feira Bruno Fernandes no Facebook, onde partilhou, além da indignação, imagens do lixo acumulado. "Isto é inadmissível e um perigo para a saúde pública pois lá movimentam-se toneladas de alimentos por dia", acrescenta.

MARL garante que não está em causa a saúde pública

Ao DN, o mercado abastecedor da região de Lisboa garante que "não estamos perante nenhuma situação de crise na saúde pública", mas reconhece que existe um problema e justifica a situação. "Estamos numa fase de adaptação do novo prestador de serviços, que assumiu a 1 de setembro a recolha de resíduos no exterior do MARL", explica João Paulo Mesquita, responsável pela comunicação do mercado.

O mesmo responsável faz notar que se está a falar da limpeza de uma área de "101 hectares". "Eventualmente pode haver aqui uma falta de cálculo relativamente ao volume de trabalho que está em causa. Estamos em contacto com o prestador de serviços continuamente, que nos dá a informação que vai conseguir repor a normalidade muito rapidamente", explica este porta-voz do MARL.

Em maio, quando foram feitas as denúncias sobre o lixo acumulado no MARL, a SUMA era a empresa responsável pela recolha de resíduos. Nessa altura estava a decorrer um concurso internacional público para a contratação de um novo prestador de serviços, que entretanto foi concluído. Desde 1 de setembro é a empresa Luságua, do grupo Aquapor, a ter essa função.

"Pedimos, obviamente, desculpa aos nossos clientes, aos operadores do MARL por esta circunstância, mas estamos com a empresa a fazer todos os esforços para que [a normalidade] seja reposta rapidamente", refere João Paulo Mesquita.

O responsável pela comunicação do MARL reforça que não está em causa uma situação que comprometa a saúde pública, que o que se verifica é "um acréscimo de resíduos", que "na sua grande parte são papel, madeiras e alguns resíduos de fruta, que estão a ser removidos", garante. "O que fica para trás é essencialmente madeiras e coisas sólidas".

Em relação à fruta e legumes em putrefação reforça que esse tipo de resíduos está a ser removido. Admite que a imagem do mercado devido à acumulação dos resíduos "não é a melhor", mas que a "situação está a ser resolvida no sentido de o prestador de serviços conseguir mais recursos físicos, humanos para este volume de trabalho e nos próximos dias será normalizado".

O problema do lixo que é levado para o mercado

Mas não é só a imagem que está em causa, há quem denuncie também o mau cheiro que a acumulação de lixo provoca. "Que pena os telemóveis não poderem capturar odores. Ontem junto ao cais do pavilhão A10 estava insuportável", lê-se num comentário da publicação de Bruno Fernandes. "Está a ser resolvido. Vai ser normalizado", garante João Paulo Mesquita.

Sobre se há uma previsão para que a situação fique definitivamente resolvida, o porta-voz do MARL diz que não há. Mas refere que "as situações mais preocupantes", os amontoados de resíduos vão ser retirados nas próximas horas.

Além do problema da recolha, verifica-se que "uma parte considerável dos resíduos que se aglomeram no mercado" são trazidos do exterior por alguns clientes dos operadores do MARL, diz João Paulo Mesquita, tal como já tinha afirmado ao DN Gonçalo Almeida Velho, um dos administradores do mercado, e Carla Borges, ajudante de um produtor de hortícolas. A nova empresa prestadora de serviços também está a adaptar-se a esta realidade, refere o MARL. O próprio mercado "está a estudar a forma de lidar com este acréscimo quase diário de resíduos que são levados para dentro do mercado".

Fica a promessa do MARL. "Estamos a fazer um esforço junto do prestador de serviço para que ele consiga trazer isto para a normalidade rapidamente".

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