Dezenas de pessoas invadiram barco da ligação Seixal-Lisboa. Protestos podem repetir-se na quarta-feira

Invasão impediu a saída da embarcação por excesso de pessoas. Polícia Marítima diz que normalidade já foi reposta. Encontro entre comissão de utentes dos Transportes do Seixal (CUT) com a Transtejo/Soflusa não foi conclusiva.
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Dezenas de pessoas invadiram esta manhã um barco da Transtejo, que devia fazer a ligação Seixal-Lisboa, estando a embarcação impedida de sair por excesso de passageiros. Em declarações ao DN, fonte da Polícia Marítima disse que situação já regressou à normalidade, depois de os passageiros terem sido distribuídos por duas embarcações.

A supressão de barcos entre Seixal-Lisboa e protestos devem repetir-se na quarta-feira, segundo a comissão de utentes, que prevê novos protestos na capital. "A Transtejo não tem solução, porque não tem navios. Os navios estão avariados, têm de ir para reparação. Supostamente houve dois barcos que avariaram e pelos vistos tiraram alguns navios da carreira de Cacilhas para reforçar a carreira do Seixal. Sem ovos não se conseguem fazer omeletes", disse António Freitas, da comissão de utentes, depoisda reunião dos membros da Comissão de Utentes dos Transportes do Seixal (CUT) com a Transtejo/Soflusa.

Segundo António Ferreira, o problema vai manter-se pelo menos na quarta-feira:""Estão à espera que um dos navios, que está na zona do Barreiro, seja reparado, porque meteu água e tinha outros problemas técnicos, e então estão à espera desse navio que possa chegar, ou não, ainda hoje."

A confusão registada esta manhã levou a Câmara do Seixal a pedir explicações ao Governo. Na página do Facebook, a autarquia "considera que não é aceitável que continuem a ser diariamente suprimidas carreiras, prejudicando as populações". E "exige ao Governo que resolva com urgência os problemas nas ligações fluviais entre o Seixal e Lisboa, que se têm arrastado ao longo dos últimos anos".

Filme dos acontecimentos

Pelas 09:00, a Polícia Marítima esteve no local "a tentar acalmar os ânimos das pessoas que querem ir trabalhar e não conseguem porque o barco não pode sair por excesso de pessoas". De acordo com o comandante local Coelho Gil, não é a primeira vez que as autoridades são chamadas aos vários terminais de barcos locais para controlar uma situação de excesso de lotação, o que revela que as embarcações são insuficientes para o número de pessoas que diariamente fazem as travessias.

Um passageiro do barco da Transtejo disse à Lusa que as pessoas entraram pela zona de saída da embarcação, que faz a ligação Seixal-Lisboa, recusando-se a sair. Outro contou que chegou à estação fluvial do Seixal antes da 07:45, que o barco das 08:10 foi suprimido e quando chegou a embarcação das 08:30 já estavam pessoas de dois barcos no seu interior.

"Vergonhoso", assim vai sendo apelidado o momento pelas redes sociais, onde também são partilhados registos fotográficos desta manhã.

Uma fonte da Transtejo contactada pela Lusa remeteu explicações para mais tarde.

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