Eleições antecipadas? Uma nova solução de Governo PSD? Um Governo PS/ JPP? A decisão vai cair nas mãos de Ireneu Barreto, Representante da República na Madeira, e de Marcelo Rebelo de Sousa, daqui por 27 dias, a 12 de dezembro, e basta que o JPP, que tomará decisões este domingo, vote contra a aprovação do Orçamento Regional - PS e Chega vão chumbar Albuquerque, PAN está a “ponderar” e IL diz ser isso “o mais certo”. .Porém, este “calendário”, que até Marcelo Rebelo de Sousa já admitiu ser “mais lento”, pode ser encurtado se o Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal der provimento à providência cautelar do Chega marcando um agendamento “para a data mais aproximada” do dia 18 de novembro, a próxima segunda-feira, permitindo, assim, a discussão e votação da moção de censura antes da do Orçamento Regional..Ao DN, Miguel Castro, líder do Chega-Madeira, garante que “se for provada a ilegalidade” do adiamento “vamos pedir a perda de mandato a todos os deputados que votaram favoravelmente esta barbaridade”..Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, só admite, em declarações ao DN, “qualquer que seja o cenário”, um caminho: “Eleições”. O também líder dos sociais-democratas madeirenses recusa, assim, pretensões internas e do Chega de uma nova solução governativa que o afaste, por se considerar “legitimado” por duas eleições: as do PSD-M e as anteriores Regionais. .José Manuel Rodrigues, em declarações ao DN, considera que o Representante da República “deve encarar a hipótese de encontrar um outro presidente do Governo que ofereça uma maioria de 24 deputados”. .“Considero que a saída para a crise política, se a moção de censura for aprovada e o Governo cair, será encontrar uma nova maioria que suporte a indigitação de um novo presidente para formar Governo”, clarifica..A possibilidade de excluir Miguel Albuquerque da solução é admitida, pelo atual parceiro de governação, apesar de o líder do CDS-Madeira defender que Ireneu Barreto “deve convidar o PSD a formar Governo, como partido maioritário”. Mas, “caso não consiga”, deve ser “outro”, porque “o que os madeirenses nos pedem é estabilidade, governabilidade e previsibilidade para as suas vidas e para a nossa região”..Paulo Cafôfo, líder do PS-Madeira, garante ao DN que, perante a queda do Governo de Miguel Albuquerque, só aceita o cenário de “eleições antecipadas” e assegura que não fez “contactos” com JPP, PAN e IL para uma coligação..“Não fiz contactos (…) neste momento o cenário plausível são eleições (…). Quem deu a mão a Miguel Albuquerque, agora que o segure”, assegura o líder do PS-Madeira. .Élvio Sousa, líder parlamentar do JPP, que também garante não haver “contactos com nenhum partido” para uma coligação, disse ao DN que a “resposta a todas essas perguntas [Eleições antecipadas? Uma nova solução de Governo PSD? Um Governo PS/JPP?] serão consideradas na reunião da Comissão Política”, no domingo, justificando que “o JPP recusa-se à tomada de posições rápidas, a quente e imponderadas, sem respeito pelos militantes e os órgãos do partido”..O que está absolutamente claro para os madeirenses, diz, é um Governo que tem “cinco membros envoltos e suspeitos de casos gravíssimos de corrupção, envolvendo desvios de dinheiro dos madeirenses para pagamento de campanhas eleitorais do PSD, para obras em casas de secretários e enriquecimento pessoal (…), um Governo moribundo (…), um Governo sujo com casos de corrupção”. .O Chega, assegura Miguel Castro, líder regional do partido, apesar de “na matriz ser contra as geringonças políticas e lideranças de esquerda” não se oporá “a outra solução governativa [liderada pelo PS-M e JPP]”, mas “desde que essa solução seja uma solução de um Governo com ficha limpa” e se o PSD-Madeira “insistir em Miguel Albuquerque”..Miguel Castro defende a necessidade de “um novo ciclo governativo” porque com Miguel Albuquerque e com os secretários visados acabou”. E acrescenta: “Estes políticos com cargos executivos de governação não são um garante de confiança e estabilidade política.”.Gonçalo Camelo, líder da IL, que também desmente “contactos” com PS, JPP e PAN para uma coligação, defende que “um Governo que não seja legitimado por novas eleições, não será garantia de estabilidade.”.Nuno Morna, o anterior líder e deputado na Assembleia Legislativa, não acredita que “mais umas eleições alterem seja lá o que for” defendendo que “o caminho a seguir deve ser determinado com base na viabilidade de soluções políticas alternativas na Assembleia”..Tradução: O “primeiro passo” do Representante da República deve ser o convite ao PSD para apresentar outra solução de Governo e, “se não resultar, que venham eleições”..O deputado liberal não recusa a “hipótese” de um Governo liderado por PS e JPP, “se configurar a exequibilidade governativa” que “obrigaria a entendimentos com outros partidos para que houvesse suporte na Assembleia Legislativa”. .O cenário de “outros partidos” que garantisse uma maioria de “suporte” só será possível com uma coligação que juntasse PS, JPP, CDS, IL e PAN - o que daria 24 deputados em 47. Paulo Cafôfo só considera uma possibilidade: “Eleições antecipadas”. E Albuquerque defende o mesmo.