Temporada do CCB entre o terreno e o espiritual

Temporada 2017/2018 inicia com Monteverdi, passa pela Grécia, prossegue com Bosch e termina no mar
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Festival Monteverdi, De Zeus a Varoufakis, Tirai os pecados do mundo e No fundo Portugal é mar são os eixos programáticos do Centro Cultural de Belém (CCB) para a próxima temporada, apresentada ontem pelo conselho de administração. Mas há mais: 2018 é ano de festa porque o equipamento cultural perfaz 25 anos. A partir de março há programação própria, da qual a administração do CCB destacou uma festa na Praça (ainda sem pormenores), a exposição Memorabilia, e uma encomenda à companhia Mala Voadora, a qual promete um "espetáculo revolucionário".

A temporada inicia-se em 14 de setembro com o Festival Monteverdi. Durante um fim de semana, o CCB presta homenagem a Claudio Monteverdi, nascido há 450 anos. Às Vésperas de Nossa Senhora e ao Orfeu juntam-se os Madrigais. A música é complementada com um ciclo de conferências, da responsabilidade de Miguel Vieira, sobre o mito de Orfeu e de como este inspirou os compositores e músicos ao longo dos séculos.

De Zeus a Varoufakis, um ciclo que percorre da Grécia Antiga à atualidade, há também conferências, O Perene e o Belo: ecos da antiguidade clássica. De fevereiro a março, esta parceria do CCB com o Museu Nacional de Arqueologia (que acolhe uma exposição sobre o tema) leva Eduardo Lourenço, Guilherme d'Oliveira Martins, Manuel Alegre, entre outros, a falar sobre a civilização helénica. Quanto a espetáculos, há ópera (Elektra de Richard Strauss, pela Orquestra Sinfónica Portuguesa e pelo Coro do São Carlos), teatro (Oresteia de Ésquilo, dança (The Great Tamer, de Dimitris Papaioannou), e entre várias propostas de música destaque para a estreia de Canções Helénicas de Nuno Côrte-Real, a partir de Sophia de Mello Breyner, com a soprano Elisabete Matos.

O ciclo Hieronymus Bosch, Tirai os pecados do mundo, além de Os Dias da Música (ver texto ao lado) propõe o espetáculo de dança Hieronymus Bosch: O Jardim das Delícias, pela Compagnie Marie Chouinard; um ciclo de cinema inspirado nos sete pecados mortais (e um documentário também sobre O Jardim das Delícias, El Bosco, el jardín de los sueños, de López Linares). Por fim, do quarto eixo da programação destaque para a exposição que dá título ao ciclo, No fundo, Portugal é mar, que junta três intervenções artísticas : instalações de Graça Castanheira (TerraMar), de Rui Rebelo e Marco Fonseca (Portas do Mar) e de Ana Pêgo e Luís Quinta, uma baleia criada com lixo (Balaena Plasticus).

Contas equilibradas

"É um grato prazer verificar que o balanço é positivo e que as contas se reequilibraram, com sacrifícios e ajustamentos", declarou o presidente do conselho de administração do CCB, Elísio Summavielle, logo no início da conferência de imprensa. A "prudência", afirma, permite assegurar que "não haverá lugar a cortes abruptos ou a cancelamentos". O gestor informou que o orçamento relativo à programação se situa entre 1,8 milhões e dois milhões de euros, sendo aquela "mais diversificada, com mais coerência, dando corpo ao ar do tempo".

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