O diário da princesa adolescente que se apaixonou por Han Solo
Dias antes de morrer, Carrie Fischer publicou as suas memórias em que destaca a participação na saga inventada por George Lucas. Muitas histórias para fãs e não só
Aqueles "carrapitos" laterais da Princesa Leia ficaram para sempre na memória dos que foram ver Star Wars há muitos anos numa galáxia cinéfila muito distante, tal como o seu sorriso enquanto empunhava uma espécie de metralhadora para enfrentar o vilão Darth Vader. Pelo meio, enquanto George Lucas não os punha a representar, Carrie conversava com Hans Solo - como na foto ao lado. Com quem se dizia que tinha tido um caso, coisa que ninguém se importava - mas essa história está no fim desta página...
Por trás de Leia estava a atriz Carrie Fischer (1956-2016) que publicou Os Diários da Princesa poucos dias antes de morrer e deixar os fãs perplexos, pois tinha por "missão" entrar em mais alguns episódios da saga. Não sobreviveu e a sua participação fica-se pelo que já deixou gravado para o novo filme, que estreará a 17 de dezembro.
Estas memórias de Carrie Fischer não se ficam pelo caso com Ford, muito pelo contrário. Nem se chamam Diários por acaso, é que naquela altura a jovem atriz mantinha um registo das suas experiências enquanto protagonista e passados muitos anos descobriu as páginas, surpreendendo-se com o que leu. Nas suas palavras, eram "poemas lamurientos, meditações ingénuas e uma vulnerabilidade que mal consegui reconhecer". Mas é essa ingenuidade de adolescente que agrada nesta leitura, como é o caso do que conta sobre o sucesso do filme: "Tudo aconteceu muito depressa (...) no início, quando Star Wars se tornou um autêntico fenómeno. (...) Nenhum de nós sabia como ser famoso".
Quarenta anos depois, Carrie tem uma opinião mais afinada sobre o sucesso e considera que não era ela mas a personagem que interpretava que atraía multidões. Ou, como diz: "Tive aquela fama de calhou-ter-interpretado-uma-personagem-icónica", mesmo que não deixe de escrever que a "fama pode ser incrivelmente intensa" quando descreve o poder de um autógrafo ao escrever num papel "Que a força esteja contigo" e, de forma mais dramática, o que achava de fazer sessões de autógrafos pagas, a que chamava a sua lap dance: "É aquela coisa em que autografo coisas a troco de dinheiro que fica enfiado na minha roupa interior", atividade que lhe servia para pagar contas.
Ficamos a saber - outros a recordar - muitas histórias de bastidores, como a da escolha dos atores, com Brian de Palma e Lucas a fazerem os testes. Carrie resume o que lhe disse o seu agente depois: "Eles querem-te". Mesmo que recebesse uma ninharia, só tinha um pensamento na cabeça: Eu era a Princesa Leia. Para Sempre".
Mesmo a chegar ao fim, Carrie relata ainda a visita ao museu de cera Madame Tussauds, onde estava retratada numa das cenas mais conhecidas, a de "escrava" de Jabba the Hunt, com o biquini metálico que projetou uma sensualidade rara em todo o universo Star Wars.
Quanto ao caso com Harrison Ford, Os Diários da Princesa esclarecem tudo. Que era um assunto "proibido" antes de mais, pois Carrie nunca se sentia à vontade a seu lado e não parava de falar. Quanto à confissão desse amor, lê-se num instante: "O meu caso com o Harrison foi uma longa relação de uma noite", mas não deixa de acrescentar: "Amei-o". Nem de revelar que se encostava ao casaco de contrabandista dele para retirar a maquilhagem da testa ou "verificar falas alegadamente esquecidas".
Os Diários da Princesa
Carrie Fischer
Editora Vogais
272 páginas
PVP: 18,80 euro