Cuidado Adele, chegaram os novos Coldplay
Bastou um fim de semana para que Adele vendesse 700 mil cópias do seu terceiro disco, 25. Tal como Taylor Swift, com 1989, a cantora britânica optou por não disponibilizar o disco em qualquer serviço de streaming e nem por isso Hello, o single, deixou de vender um milhão de cópias digitais e o disco de bater um recorde que vigorava desde que os NSYNC lançaram No Strings Attached em 2000: 2,433 milhões de cópias vendidas em quatro dias. Agora, com a chegada ao mercado de a Head Full of Dreams, a Bloomberg pergunta: serão os Coldplay os próximos a desafiar a moda do streaming? Uma diferença é destacada: "O último disco foi o que menos vendeu, enquanto Adele e Swift estão no pico da popularidade". Agora, com ou sem streaming, a banda não se poupou a esforços para regressar em grande. A indústria agradece.
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Ghost Stories foi assumidamente escrito de coração partido. Chris Martin estava a separar-se, "deprimido", como assumiu à Rolling Stone. Depois, por um amigo, chegou a um poema que deixou marcas - The Guest House, do escritor persa Rumi - e tudo mudou. "De certa forma mudou a minha vida. Diz que tudo o que nos acontece faz bem. A ideia é aceitar o que nos acontece, não fugir e confiar que tudo acabará por florir e ficar colorido", disse à publicação norte-americana. Agora, de facto, Martin voltou às cores.
De Beyoncé aos Oasis
Se Martin considera o anterior "um disco menor", agora a ideia é "casar toda a música" de que o quarteto gosta - de Beyoncé, que segundo o baixista Guy Berryman transformou Hym for the Weekend em algo em que a banda tem "um orgulho incrível - aos Oasis - Noel Gallagher toca em Up & Up. E na lista de convidados do novo disco nem falta a ex-mulher, a atriz Gwyneth Paltrow, a cantar uma música sobre juras de amizade eterna. Também a produção foi pensada para regressar aos tops de vendas. Para dar o tom ao disco, os Coldplay recorreram aos noruegueses Stargate, conhecidos pelo seu toque de Midas nos trabalhos de Rihanna, Beyoncé, Selena Goméz ou Jennifer Lopez.
"As pessoas que gostavam que fôssemos uma banda de rock podem ficar desiludidas, mas não nos vejo como uma banda de rock", disse o vocalista à Rolling Stone sobre o novo tom dado ao sétimo disco da banda. Feliz, com vontade de experimentar sons mais animados e com um álbum sobre "amor e aceitação", Martin vê Head Full of Dreams como "um disco hippie". E se dúvidas restarem, a diferença também se vê na agenda da banda: Ghost Dreams mal teve direito a apresentações ao vivo e agora já está planeada uma digressão pela América do Norte seguida de uma digressão mundial.
Formados em 2000, em Londres, os Coldplay fizeram-se conhecidos pelas baladas. Para já, os tempos de Yellow (Parachutes), Fix You (X&Y) ou The Scientist (A Rush of blood to the head) ficaram para trás. A banda está mais feliz e com um som mais próximo das aventuras de Chris Martin com Avicii (Heaven, 2005) ou Kanye West (Homecoming, 2008), mas nada que o preocupe. "Quem gosta de nós vais gostar, quem não gosta? Também não faz mal", diz Martin.
À espera de uma visita
Apontados a estádios e festivais, vistos como os candidatos da pop ao estatuto de maior banda do mundo, os Coldplay estão de regresso. Adele até pode ter o recorde seguro - afinal, durou 15 anos a cair - mas a concorrência pelo domínio global chegou em força. Adele e Coldplay nasceram em Londres, a cantora já reservou duas noites no Meo Arena (21 e 22 de maio) e há quem espere a visita dos homens que agora promovem o sétimo disco da carreira - estarão no dia 27 de maio em Barcelona, com o Rock in Rio em Lisboa a decorrer dias 20 e 21 e 26 e 28. Acontecendo, a noite será de dança.