Através de títulos como Ninguém Sabe (2004), Andando (2008) ou Tal Pai, Tal Filho (2013), habituámo-nos a reconhecer o cineasta japonês Hirokazu Kore-eda como um legítimo herdeiro dos dramas familiares do mestre Yasujiro Ozu (1903-1963).
Agora, com o magnífico O Terceiro Assassinato (consagrado melhor filme japonês de 2017 pela Academia Japonesa de Cinema), talvez possamos apontar também as importantes influências de Nagisa Oshima (1932-2013), em particular nas formas de encenação do sistema judicial.
Aqui se conta a história de um advogado confundido com o facto de o seu cliente, acusado de ter morto o patrão, ir alterando o modo como recorda os factos ocorridos... Estamos perante uma crónica tão realista quanto simbólica sobre a verdade e as suas ambivalências, a lei e os seus impasses.
Classificação: **** muito bom