Zelensky critica Guterres por visitar Moscovo antes de Kiev

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, estará em Kiev este domingo. Será a primeira visita oficial de membros do governo americano desde 24 de fevereiro, data do início da invasão russa.
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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenksy, considerou este sábado "ilógica" a decisão do secretário-geral da ONU, António Guterres, de se deslocar a Moscovo dois dias antes de ir a Kiev.

"É errado ir primeiro à Rússia e vir depois à Ucrânia. Não há justiça nem lógica nessa ordem", afirmou Zelensky, numa conferência de imprensa dada numa estação de metro no centro de Kiev.

António Guterres visitará Moscovo na terça-feira onde irá encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin.

Segundo a ONU, num comunicado divulgado na sexta-feira, Guterres terá em Moscovo uma reunião de trabalho e um almoço com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e será recebido pelo Presidente Vladimir Putin.

Este sábado, o porta-voz do líder da ONU anunciou que António Guterres vai visitar a Ucrânia na próxima semana, após reunir-se em Moscovo com Putin.

"O secretário-geral irá visitar a Ucrânia na próxima semana. Terá uma reunião de trabalho com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, e será recebido pelo Presidente, Volodymyr Zelenskyy, a 28 de abril", pode ler-se na nota enviada às redações.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, estará em Kiev este domingo, quando se completam dois meses do início da invasão russa da Ucrânia, anunciou Volodymyr Zelensky na mesma conferência de imprensa.

Será a primeira visita oficial de membros do governo americano desde 24 de fevereiro, data do início da invasão russa.

Zelesnky também disse que espera que seu homólogo norte-americano, Joe Biden, vá a Kiev para "apoiar o povo ucraniano", quando a questão da segurança o permitir.

O chefe de Estado ucraniano precisou que as conversas de domingo se centrariam nas entregas de armas dos Estados Unidos à Ucrânia.
"Na semana passada, os sinais, as mensagens, os passos, os prazos, os números - refiro-me às armas americanas -, tudo melhorou", disse aos jornalistas, assegurando estar "agradecido" à administração americana, ainda que gostasse de ter "armas ainda mais pesadas e potentes" para enfrentar o exército russo.

O presidente ucraniano pediu este sábado uma reunião com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para "pôr fim à guerra".

"Acredito que quem começou a guerra é que pode por-lhe fim nela", disse Zelensky, garantindo não ter "medo" de se reunir com Putin, se isso permitisse alcançar um acordo de paz entre os dois países.

Porém, ao mesmo tempo em que apelou a um encontro com Putin, Zelensky também advertiu a Rússia que encerrará todas as negociações de paz caso soldados ucranianos sejam mortos em Mariupol, no sudeste do país.

"Se nossos homens forem assassinados em Mariupol e se forem organizados supostos referendos na região de Kherson (sul), a Ucrânia vai se retirar de todo processo de negociação", afirmou Zelensky na conferência de imprensa deste sábado.

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