Zelensky ataca bancos suíços e Nestlé por manterem os "negócios de sempre" com a Rússia
Volodymyr Zelensky criticou este sábado empresas suíças, citando a Nestlé, por manterem negócios com a Rússia, enquanto ucranianos morrem todos os dias. "Os negócios com a Rússia continuam, embora as nossas crianças estejam a morrer e as nossas cidades estejam a ser destruídas", denunciou o presidente ucraniano, durante uma manifestação à entrada do parlamento suíço em Berna.
Um porta-voz da empresa garantiu, no entanto, que a Nestlé cumpre integralmente todas as sanções impostas pela União Europeia e que reduziu as operações na Rússia, incluindo a interrupção de importações e exportações de alimentos não essenciais.
Mas para Zelensky é "doloroso" ver que os responsáveis pelo conflito têm fundos guardados na Suíça: "O dinheiro das pessoas que desencadearam esta guerra está nos vossos bancos. Ajudem a combater isso. Congelem os seus fundos. Juntem-se à luta contra o mal." Por isso o presidente ucraniano pediu às empresas suíças que parassem de fazer negócios na Rússia e aos bancos para congelarem os fundos pertencentes à elite do Kremlin, sendo aplaudido pelos milhares de manifestantes reunidos na praça em frente ao Palácio Federal para ouvir o discurso de nove minutos de Zelensky traduzido em alemão, e que foi interrompido por problemas técnicos.
O presidente suíço juntou-se a diplomatas ucranianos durante a manifestação e subiu ao palco para falar à multidão. "Profundamente impressionado com a resistência" de Zelensky, Ignazio Cassis disse esperar que e o provo ucraniano possa ultrapassar "a terrível crise" e que as "armas possam ser silenciadas". Segundo Cassis, a Suíça está preparada para mediar ou sediar negociações. O presidente suíço visitará a fronteira polaca com a Ucrânia na segunda-feira.
Yevheniia Filipenko, embaixador da Ucrânia em Genebra agradeceu e avisou que o conflito diz respeito a todos: "O que está a acontecer na Ucrânia é um ataque não apenas à Ucrânia, ao povo ucraniano, é um ataque a todos nós. Temos que trabalhar juntos para garantir que essas atrocidades parem e nunca mais aconteçam."