Zagred interdita visita privada do Presidente sérvio ao "Auschwitz croata"
As autoridades croatas não autorizaram este domingo que o Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, fizesse uma visita privada ao campo de Jasenovac, o "Auschwitz croata", causando novas tensões entre os dois países, ex-inimigos na década de 1990.
"A Croácia não foi informada [desta visita] e isso é inaceitável", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros croata, Gordan Grlic Radman.
O gabinete do Presidente anunciou que Aleksandar Vucic comentará este incidente na segunda-feira, durante uma conferência de imprensa.
O número total de vítimas no campo de Jasenovac, que vitimou sobretudo sérvios, judeus, ciganos e antifascistas croatas, ainda suscita controvérsia, com os números a variar entre dezenas de milhares a 700.000 mortos.
Em Belgrado, a primeira-ministra sérvia, Ana Brnabic, classificou a decisão de Zagreb como "escandalosa e antieuropeia".
"Trata-se de uma violação brutal da liberdade de movimento (...) e uma falta de respeito pelas vítimas sérvias", afirmou a primeira-ministra, em declarações à televisão privada Pink.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Sérvia, Nikola Selakovic, admitiu, por sua vez, que Belgrado está a considerar adotar medidas de retaliação.
A proclamação da independência da Croácia provocou um conflito (1991-95) entre separatistas sérvios, apoiados por Belgrado, e forças croatas, provocando cerca de 20.000 mortos.
Belgrado e Zagreb têm relações tensas desde então.