William é o futuro rei, Harry será sempre só o irmão do rei. Mais do que diferenças de personalidade, esta é a grande diferença entre eles. Apesar de terem tido uma educação muito semelhante, William e Harry cresceram para cumprir funções muito distintas quer na família real quer na sociedade britânica..Sua Alteza Real príncipe William Arthur Philip Louis, o primeiro filho dos príncipes Carlos e Diana, nasceu a 21 de junho de 1982 e é desde essa altura o segundo na linha de sucessão ao trono britânico..Desde pequeno, William começou a acompanhar os pais nas suas viagens e nos atos públicos. Logo em 1983 foi com eles à Austrália e à Nova Zelândia, o que causou alguma polémica, não só porque o príncipe era ainda muito novo mas também porque geralmente o primeiro e o segundo sucessores não devem viajar juntos. Mas Diana insistiu em levá-lo, pois não queria ficar tanto tempo longe do filho. A primeira vez que William participou num ato oficial foi em 1991, no Saint Davis Day, numa visita dos pais a Cardiff. Ao assinar o livro de visitas da Llandaff Cathedral mostrou ao mundo que era canhoto..Quando William tinha 2 anos nasceu Harry. O seu nome na verdade é Henry Charles Albert David of Wales, mas Harry é uma alcunha habitual para Henry. Nasceu a 15 de setembro de 1984 e é sexto na linha de sucessão ao trono, depois de Carlos, William e dos seus três filhos (George, Charlotte e Louis)..Diana sempre fez os possíveis para que os filhos tivessem experiências variadas, muito para além do que era até então habitual na família real. Levou-os à Disney e ao McDonald's, também os levou nas suas visitas a doentes com sida e a abrigos para sem-abrigo, comprou-lhes jogos de vídeo. Em 1996, os pais divorciaram-se. No ano seguinte, Diana morreu num trágico acidente de automóvel. William tinha 15 anos, Harry 12. No cortejo fúnebre, acompanharam o pai. O mundo todo de olhos neles. Caras fechadas, sem lágrimas..A dor de crescer sem a mãe.Em 2017, nos 20 anos da morte de Diana, os dois irmãos aceitaram participar num documentário da ITV em que revelaram algumas das memórias que têm da mãe, recordando como ela brincava com eles e lhes pregava partidas. Era, disseram, uma pessoa feliz, calorosa e com bom humor..Numa entrevista à GQ nesse ano, o príncipe William reconhecia que foram necessários quase 20 anos para conseguir lidar melhor com a falta da mãe e o luto, e lamentou que Diana não tivesse tido oportunidade de conhecer a sua mulher nem de ver os filhos crescer. "Gostava de ter tido os seus conselhos", disse. "Adoraria que tivesse conhecido a Catherine [Middleton] e que tivesse visto as crianças a crescer. Faz-me sentir triste saber que não o fará, que eles nunca a conhecerão", acrescentou o príncipe à publicação..No ano passado, num documentário da BBC sobre saúde mental, o príncipe William falou sobre a morte da mãe: "Penso que quando ficas de luto numa idade muito jovem - a qualquer altura, mas particularmente numa idade jovem - sentes dor como nenhuma outra dor, e sabes que na tua vida vai ser muito difícil encontrar alguma coisa que seja pior do que isso", afirmou William. Ao mesmo tempo, disse o príncipe, isso faz que as pessoas se sintam mais próximas de quem passou pela mesma dor..Também Harry acabaria por reconhecer, numa entrevista ao The Telegraph em 2017, que os dois anos que se seguiram à morte da mãe foram de "caos total" e que durante anos "escondeu todas as suas emoções", até, aos 28 anos, e após a insistência do irmão, ter procurado a ajuda de um terapeuta..O bem-comportado e o jovem rebelde.Como qualquer criança numa família privilegiada no Reino Unido, William e Harry frequentaram sempre escolas privadas. Ambos os irmãos fizeram o ensino secundário em Eton, o que não era habitual na família (todos os homens da família tinham estudado em Gordonstoun). Nessa altura, a família fez um acordo com a imprensa britânica em que os tabloides se comprometiam a deixar William viver a sua vida, sem intromissão de jornalistas, em troca de informações regulares sobre o príncipe: "O príncipe William não é uma instituição nem é a estrela de uma telenovela ou do futebol. É um rapaz: nos próximos cinco anos, provavelmente os mais importantes e às vezes mais dolorosos da sua vida, ele vai crescer e tornar-se-á um homem", explicava John Wakeman, presidente da Press Complaints Comission. Jogava futebol e polo aquático. Nos exames finais do liceu, teve A a História da Arte, B a História e C a Biologia..Terminado o liceu, William cumpriu um gap year, ou seja, um ano de pausa antes de ir para a universidade. Durante o ano de 2000, participou em exercícios militares no Belize, trabalhou em quintas de gado na Inglaterra, visitou África e deu aulas de inglês, durante dez semanas, no sul do Chile. As fotografias mostravam o príncipe feliz, a viver como qualquer outro jovem voluntário, sem os luxos a que estava acostumado. Aos 17 anos, conduziu pela primeira vez para os jornalistas. "Ele está a ir muito bem", comentava o príncipe Carlos. Nesta altura, havia posters de William nas paredes dos quartos das adolescentes inglesas (e, embora ela o tenha negado, diz-se que até Kate teria um no seu quarto). No entanto, William manteve-se discreto nos seus relacionamentos durante a juventude..Em 2001, William entrou na Universidade de St. Andrews. Estudou primeiro História da Arte e, no segundo ano, mudou para Geografia. Jogava polo aquático e divertia-se com os amigos. Foram os melhores tempos da sua vida, segundo a especialista em assuntos monárquico Judi James: "Durante os tempos de estudante, William parecia feliz e confiante, era popular entre os alunos, divertia-se. O seu sorriso [nas fotos] sugere alguns traços de playboy, de quem gosta de muitas festas, como se ele estivesse determinado a aproveitar os seus anos mais selvagens antes de assentar para se dedicar às suas responsabilidades.".Harry não foi tão bom aluno quanto o irmão (e até se falou de que teria copiado nos exames em Eton), mas era "o irmão desportista": jogava futebol, râguebi, polo, esqui, motocross. Ele também cumpriu um gap year: esteve na Austrália (tal como o seu pai) a trabalhar numa quinta de gado e também esteve no Lesotho, onde trabalhou num orfanato e produziu o documentário The Forgotten Kingdom. Mas nos tempos livres era um jovem que não perdia uma oportunidade para se divertir com os seus amigos. Não tardaram a aparecer na imprensa fotos do jovem Harry em discotecas, a fumar charros ou a beber bebidas alcoólicas (isto tudo com apenas 17 anos). Também não tardaram a aparecer notícias de como Harry se enfurecia com os paparazzi..Numa festa com o tema "Coloniais e Nativos" em Highgrove House, Harry foi fotografado mascarado como um militar nazi do Afrika Korps, com uma suástica no braço. As críticas nessa altura subiram de tom: não se tratava apenas de um jovem a aproveitar a vida, era um elemento da família real a usar um uniforme nazi. Harry viu-se forçado a pedir publicamente desculpas pela sua inconsciência..A mais conhecida das namoradas de Harry foi Chelsy Davy, da África do Sul. O par tentou sempre manter a sua privacidade, mas os tabloides não os largaram durante os cinco anos que terá durado a relação, que terminou em 2009..Em 2009, o jornal News of the World divulgou um vídeo em que, três anos antes, Harry se referia a um colega cadete como "o nosso amigo paki" enquanto um dos amigos usava uma peça de roupa na cabeça como se fosse um turbante. David Cameron, líder da oposição na altura, referiu-se a este evento como "inaceitável". Harry teve, novamente, de pedir desculpas através de um comunicado da Clarece House, explicando que este tipo de alcunhas eram comuns entre os militares e não eram de modo nenhum ofensivas..O período de rebeldia de Harry prolongou-se muito para além da juventude. Em 2012, Harry foi fotografado num hotel em Las Vegas com uma mulher, ambos nus, durante um jogo de bilhar em que quem perdia tinha de ir tirando peças de roupa. As fotografias foram divulgadas pelo site TMZ e depois pelo jornal The Sun, mais uma vez embaraçando a família real..Apesar disso, numa sondagem realizada em novembro desse ano, Harry era o terceiro elemento da família real mais popular, logo a seguir a William e à rainha Isabel II..Servindo a rainha na terra, no ar, no mar.Como futuro rei, William teria que ter uma carreira militar com alguma consistência. Assim, prestou provas e foi admitido, em 2005, na Academia Militar Real de Sandhurst, onde cumpriu o curso de 44 semanas, seguindo depois para o regimento Blues and Royals, onde se juntou a Harry, que não tinha feito a universidade e por isso tinha ido diretamente para as Forças Armadas..Depois disso, William seguiu a sua formação como piloto de helicópteros na RAF (Força Aérea), em Cranwell. Depois juntou-se por algum tempo à Royal Navy e, por fim, tornou-se piloto a tempo inteiro na RAF - Search and Rescue Force. Terminou o serviço nas Forças Armadas britânicas em setembro de 2013, passando depois a ser piloto civil na East Anglian Air Ambulance, serviço aéreo de ambulâncias perto da sua residência, em Norfolk..Harry, tal como o irmão e tal como o pai e o tio antes deles, também teve treino como piloto de helicópteros. Durante o seu serviço militar, Harry serviu no Iraque e esteve duas vezes no Afeganistão. Em 2012, o Captain Wales, como era conhecido, recebeu a distinção de Top Gun e demonstrava "uma atitude exemplar, habilidade, conhecimento do aparelho, capacidade no trabalho com armas e melhor performance nos treinos", relatava o jornal The Sun. De acordo com uma fonte, Harry tinha "uma aptidão natural para manobrar um helicóptero Apache e tornou-se o melhor atirador do seu curso de formação". "Ele demonstrou imensa dedicação e trabalhou no duro, durante os 18 meses de curso, ganhando o respeito dos seus oficiais e companheiros. Tem todas as capacidades para se tornar um excelente piloto quando estiver em ação.".Em 2014, Harry lançou os Invictus Games, um evento desportivo para ex-combatentes feridos. Para promover este evento, falou publicamente sobre a sua experiência no Médio Oriente. O trabalho com os veteranos britânicos tornou-se o principal foco das suas atividades durante 2014 e 2015, quando terminou o seu serviço nas Forças Armadas britânicas..Os muitos deveres reais.William foi o primeiro herdeiro do trono britânico a ter um emprego civil, como piloto, e cumpriu essa função até 2017 quando, finalmente, passou a assumir um papel mais ativo junto da Casa Real..Antes disso, William chegou a ser criticado porque parecia continuar a viver a sua vida sem assumir plenamente as suas funções como futuro rei. O jornal The Sun chamou-lhe "realeza relutante", uma vez que tinha tido 122 compromissos oficiais num ano em que a rainha, apesar da sua idade, cumpria 341 compromissos. "Considero o dever um assunto muito sério. Cumpro as minhas responsabilidades muito seriamente", respondeu o príncipe numa entrevista à BBC, transmitida antes do 90.º aniversário da rainha Isabel II de Inglaterra. "Mas trata-se de encontrar uma forma própria, na altura certa, e se não se for cauteloso, o dever pode tornar-se pesado, muito pesado, quando se é muito jovem, e penso que é preciso crescer para desempenhar os deveres reais", afirmou. "Vou ser muito criticado ao longo da minha vida. Não é uma coisa que eu deva ignorar completamente, mas não é algo que domine a minha vida", considerou. "Quando a rainha decidir atribuir-me mais responsabilidades, serei o primeiro a aceitá-las.".Na verdade, desde os 21 anos que William é conselheiro de Estado e tem vindo a cumprir alguns deveres como príncipe. Em julho de 2005, fez a sua primeira viagem oficial a solo, à Nova Zelândia, representando a rainha nas comemorações da Segunda Guerra Mundial. A partir de 2010 as viagens tornaram-se mais frequentes, muitas delas na companhia de Kate, sua mulher. E até com os filhos. Tal como Diana fez com William, William e Kate levaram um muito pequeno George a atravessar meio mundo numa viagem à Nova Zelândia..Desde 2009 que os dois irmãos têm a sua própria equipa, com assessores que os ajudam a cumprir melhor as suas tarefas..Harry, porque não é pretendente direto ao trono, tem, obviamente, menos deveres reais a cumprir mas também tem representado a rainha em algumas viagens e eventos. Nos últimos anos, Harry conseguiu de alguma forma "limpar" a sua imagem de jovem rebelde e apareceu, muitas vezes, ao lado do irmão e da cunhada, em diversos acontecimentos oficiais ou não, esforçando-se por ser um digno representante da família..William e Kate: o par perfeito.William e Kate Middleton já se conheciam, através de amigos, antes da universidade, quando ela ainda frequentava a escola Marlborough. Mas foi na universidade que começaram a sair juntos, primeiro como amigos, cada vez com mais frequência. Em 2002, saíram do dormitório para partilhar um apartamento com um grupo de amigos. Os dois decidiram manter a sua relação longe da imprensa e evitavam sair de mãos dadas ou sequer ser vistos em jantares juntos. Mas a partir de 2004 já toda a gente sabia que, depois de algumas relações pouco significativas, William tinha uma namorada..Apesar de não ter qualquer "sangue azul", Kate cresceu numa família milionária e frequentou colégios internos. O ambiente formal do palácio não era, de todo, uma novidade para a jovem. No entanto, ambos tiveram de aprender a lidar com a pressão da imprensa e também com a pressão da Casa Real sobre o futuro rei. Em 2007, William e Kate estiveram separados durante algum tempo - o caso foi muito comentado nos tabloides mas a relação foi reatada poucos meses depois..Em 2010, finalmente, William e Kate ficaram noivos. Ele ofereceu-lhe o anel de noivado da mãe, com uma safira de 12 quilates que valeria hoje 500 mil libras. "Quando conheci a Kate, sabia que havia algo de muito especial nela. Tinha a certeza de que era algo que gostaria de explorar mais. Acabámos por nos tornar amigos e construímos uma boa base para a relação", disse William dias antes de se casarem. O casamento realizou-se a 29 de abril de 2011, a cerimónia foi na Abadia de Westminster. Passaram, então, a ser duque e duquesa de Cambridge..Kate sabe que está constantemente a ser observada - quer pela imprensa quer pelos súbditos - e, apesar de ocasionalmente ser alvo de críticas, parece estar confortável no papel de futura rainha. Sorri, acena, fala pouco. Fotografa os filhos e é uma mãe muito presente, muito parecida com Diana, dizem alguns, mas sem nunca se esquecer da sua posição na família real..Apesar dos deveres reais, William considera a família "uma prioridade absoluta" e está determinado em dar "fundações sólidas" aos seus três filhos: George, Charlotte e Louis. "Não poderia fazer o meu trabalho sem estabilidade familiar", confessou na entrevista à GQ em 2017. "A estabilidade em casa é tão importante para mim. Quero criar os meus filhos num mundo feliz, estável, seguro e isso é muito importante para nós os dois enquanto pais", acrescentou. William e Kate esforçam-se por levar os filhos à escola todos os dias e, à noite, sentam-se para jantar em família. Fontes próximas garantem à imprensa que William é um pai "dotado". William não quer que os filhos cresçam entre os muros de um palácio. "A comunicação social torna isso difícil, mas vou lutar para que tenha uma vida normal", garantiu ele. "A verdade é que ele sabe o que aí vem e quer que eles tenham uma infância o mais normal possível", dizia essa fonte ao jornal Sunday Express em dezembro passado..As causas que os movem.Os dois irmãos criaram em 2009 uma fundação conjunta, The Foundation of Prince William and Prince Harry, para levarem a cabo as suas iniciativas de caridade. A colaboração manteve-se até ao ano passado, quando Harry e a sua mulher Meghan anunciaram que iriam criar a sua própria fundação, apesar de continuarem a colaborar em alguns projetos..Em 2011, William e Kate criaram uma fundação como seu nome, através da qual recebem donativos e apoiam mais de 20 instituições que trabalham com os mais desfavorecidos, assim como desporto e ambiente. Uma das áreas que mais têm preocupado o príncipe é a saúde mental, para a qual criaram, juntamente com Harry, a organização Heads Together..Em várias declarações, o duque de Cambridge tem alertado para a necessidade de os britânicos, especialmente os homens, falarem abertamente sobre problemas de saúde mental. "Somos um pouco envergonhados às vezes", afirmou no ano passado, lembrando que o famoso "lábio superior duro" é ótimo e necessário ocasionalmente, mas também é preciso "relaxar um pouco" e falar sobre emoções, "porque não somos robôs"..No final do ano passado, os duques anunciaram a criação do Prémio Earthshot, que irá distinguir especificamente pessoas ou organizações ligadas ao ambiente. O primeiro prémio será entregue só em 2021..Também Harry, a par da sua ligação ao desporto e aos veteranos de guerra, se interessou pelo ambiente. No ano passado criou, com a mulher, a Sussex Royal Foundation of the Duke and Duchess of Sussex..Harry e Meghan: a rutura.Harry e Meghan conheceram-se num blind date e começaram a sair juntos em 2016. Mais tarde, Harry viria a dizer que soube desde o princípio que ela era "a tal", a mulher da sua vida..Assim que a imprensa britânica descobriu a relação, todos os súbditos de Sua Majestade ficaram a saber quem era esta americana, de mãe negra e pai branco, já divorciada. Chamaram-lhe "saucy divorcee" ("divorciada picante") e sugeriram que ela ainda andava com o seu anterior namorado quando começou a sair com Harry. Pouco depois, a família real britânica foi forçada a emitir um comunicado oficializando a relação e tentando, assim, conter as notícias sobre a namorada de Harry: "Não é correto que, estando há apenas alguns meses nesta relação, Miss Markle seja sujeita a tamanha tempestade", dizia o comunicado. "Isto não é um jogo - é a vida deles." O Palácio de Kensington condenava os comentários "racistas e sexistas" de que Meghan Markle era alvo nas redes sociais e acusava os media, nomeadamente os tabloides, de "terem ultrapassado os limites"..Apesar disso, em setembro de 2017, numa entrevista à Vanity Fair, Meghan assumia: "Somos duas pessoas que estão realmente felizes e apaixonadas." Dois meses depois era anunciado o noivado: Harry ofereceu a Meghan um anel com três diamantes que ele próprio desenhou. O casamento realizou-se em maio de 2018. O pai não compareceu na cerimónia e foi o príncipe Carlos que acompanhou a noiva ao altar..Claro que os tabloides se deliciaram com os pormenores do passado de Meghan e da sua família e imprimiram todos os pormenores sórdidos e discussões de que tiveram conhecimento, com o pai, as irmãs, o ex-marido. De tal forma que Meghan acabou por processar o Mail on Sunday por ter publicado uma carta que ela tinha escrito ao seu pai. Harry, que também processou os proprietários de dois jornais acusando-os de terem colocado escutas no seu telefone, acusou os media de fazerem "uma campanha impiedosa" contra a mulher e lamentando ser, há demasiado tempo, testemunha do seu sofrimento..Em novembro de 2018, o Palácio de Kensington anunciou que os duques de Sussex se mudariam de Nottingham Cottage, perto do Palácio de Kensington, onde William morava com a família, e iriam morar na Frogmore Cottage, em Windsor. Harry e Meghan justificaram a mudança, no início de 2019, para os terrenos do Castelo de Windsor, nos arredores de Londres, onde decorreu o copo de água do seu casamento, com a necessidade de terem mais espaço para criar o primeiro filho. A imprensa não gostou, chamou-lhe "diva" e criticou os três milhões de euros gastos com as obras..O nascimento de Archie foi responsável por um breve período de tréguas. O casal apresentou o filho no seu Instagram, primeiro um pouco do rosto, os dedos das mãos, os pés. A imprensa não gostou e voltou ao ataque: porque não podia o bebé ser fotografado como todos os outros bebés reais? E, depois, começaram a surgir os boatos sobre a falta de entendimento e até a competição entre as cunhadas - Meghan e Katie - e o consequente afastamento dos casais..Numa entrevista à ITV em setembro do ano passado, Harry e Megah falaram abertamente do desconforto que sentiam em relação à imprensa. Sobre a relação com o príncipe William, Harry comentou: "Inevitavelmente, acontecem algumas coisas, mas somos irmãos e seremos sempre irmãos. Estamos, seguramente, em caminhos diferentes neste momento, mas eu estou sempre aqui para ele e sei que também posso contar sempre com ele."
William é o futuro rei, Harry será sempre só o irmão do rei. Mais do que diferenças de personalidade, esta é a grande diferença entre eles. Apesar de terem tido uma educação muito semelhante, William e Harry cresceram para cumprir funções muito distintas quer na família real quer na sociedade britânica..Sua Alteza Real príncipe William Arthur Philip Louis, o primeiro filho dos príncipes Carlos e Diana, nasceu a 21 de junho de 1982 e é desde essa altura o segundo na linha de sucessão ao trono britânico..Desde pequeno, William começou a acompanhar os pais nas suas viagens e nos atos públicos. Logo em 1983 foi com eles à Austrália e à Nova Zelândia, o que causou alguma polémica, não só porque o príncipe era ainda muito novo mas também porque geralmente o primeiro e o segundo sucessores não devem viajar juntos. Mas Diana insistiu em levá-lo, pois não queria ficar tanto tempo longe do filho. A primeira vez que William participou num ato oficial foi em 1991, no Saint Davis Day, numa visita dos pais a Cardiff. Ao assinar o livro de visitas da Llandaff Cathedral mostrou ao mundo que era canhoto..Quando William tinha 2 anos nasceu Harry. O seu nome na verdade é Henry Charles Albert David of Wales, mas Harry é uma alcunha habitual para Henry. Nasceu a 15 de setembro de 1984 e é sexto na linha de sucessão ao trono, depois de Carlos, William e dos seus três filhos (George, Charlotte e Louis)..Diana sempre fez os possíveis para que os filhos tivessem experiências variadas, muito para além do que era até então habitual na família real. Levou-os à Disney e ao McDonald's, também os levou nas suas visitas a doentes com sida e a abrigos para sem-abrigo, comprou-lhes jogos de vídeo. Em 1996, os pais divorciaram-se. No ano seguinte, Diana morreu num trágico acidente de automóvel. William tinha 15 anos, Harry 12. No cortejo fúnebre, acompanharam o pai. O mundo todo de olhos neles. Caras fechadas, sem lágrimas..A dor de crescer sem a mãe.Em 2017, nos 20 anos da morte de Diana, os dois irmãos aceitaram participar num documentário da ITV em que revelaram algumas das memórias que têm da mãe, recordando como ela brincava com eles e lhes pregava partidas. Era, disseram, uma pessoa feliz, calorosa e com bom humor..Numa entrevista à GQ nesse ano, o príncipe William reconhecia que foram necessários quase 20 anos para conseguir lidar melhor com a falta da mãe e o luto, e lamentou que Diana não tivesse tido oportunidade de conhecer a sua mulher nem de ver os filhos crescer. "Gostava de ter tido os seus conselhos", disse. "Adoraria que tivesse conhecido a Catherine [Middleton] e que tivesse visto as crianças a crescer. Faz-me sentir triste saber que não o fará, que eles nunca a conhecerão", acrescentou o príncipe à publicação..No ano passado, num documentário da BBC sobre saúde mental, o príncipe William falou sobre a morte da mãe: "Penso que quando ficas de luto numa idade muito jovem - a qualquer altura, mas particularmente numa idade jovem - sentes dor como nenhuma outra dor, e sabes que na tua vida vai ser muito difícil encontrar alguma coisa que seja pior do que isso", afirmou William. Ao mesmo tempo, disse o príncipe, isso faz que as pessoas se sintam mais próximas de quem passou pela mesma dor..Também Harry acabaria por reconhecer, numa entrevista ao The Telegraph em 2017, que os dois anos que se seguiram à morte da mãe foram de "caos total" e que durante anos "escondeu todas as suas emoções", até, aos 28 anos, e após a insistência do irmão, ter procurado a ajuda de um terapeuta..O bem-comportado e o jovem rebelde.Como qualquer criança numa família privilegiada no Reino Unido, William e Harry frequentaram sempre escolas privadas. Ambos os irmãos fizeram o ensino secundário em Eton, o que não era habitual na família (todos os homens da família tinham estudado em Gordonstoun). Nessa altura, a família fez um acordo com a imprensa britânica em que os tabloides se comprometiam a deixar William viver a sua vida, sem intromissão de jornalistas, em troca de informações regulares sobre o príncipe: "O príncipe William não é uma instituição nem é a estrela de uma telenovela ou do futebol. É um rapaz: nos próximos cinco anos, provavelmente os mais importantes e às vezes mais dolorosos da sua vida, ele vai crescer e tornar-se-á um homem", explicava John Wakeman, presidente da Press Complaints Comission. Jogava futebol e polo aquático. Nos exames finais do liceu, teve A a História da Arte, B a História e C a Biologia..Terminado o liceu, William cumpriu um gap year, ou seja, um ano de pausa antes de ir para a universidade. Durante o ano de 2000, participou em exercícios militares no Belize, trabalhou em quintas de gado na Inglaterra, visitou África e deu aulas de inglês, durante dez semanas, no sul do Chile. As fotografias mostravam o príncipe feliz, a viver como qualquer outro jovem voluntário, sem os luxos a que estava acostumado. Aos 17 anos, conduziu pela primeira vez para os jornalistas. "Ele está a ir muito bem", comentava o príncipe Carlos. Nesta altura, havia posters de William nas paredes dos quartos das adolescentes inglesas (e, embora ela o tenha negado, diz-se que até Kate teria um no seu quarto). No entanto, William manteve-se discreto nos seus relacionamentos durante a juventude..Em 2001, William entrou na Universidade de St. Andrews. Estudou primeiro História da Arte e, no segundo ano, mudou para Geografia. Jogava polo aquático e divertia-se com os amigos. Foram os melhores tempos da sua vida, segundo a especialista em assuntos monárquico Judi James: "Durante os tempos de estudante, William parecia feliz e confiante, era popular entre os alunos, divertia-se. O seu sorriso [nas fotos] sugere alguns traços de playboy, de quem gosta de muitas festas, como se ele estivesse determinado a aproveitar os seus anos mais selvagens antes de assentar para se dedicar às suas responsabilidades.".Harry não foi tão bom aluno quanto o irmão (e até se falou de que teria copiado nos exames em Eton), mas era "o irmão desportista": jogava futebol, râguebi, polo, esqui, motocross. Ele também cumpriu um gap year: esteve na Austrália (tal como o seu pai) a trabalhar numa quinta de gado e também esteve no Lesotho, onde trabalhou num orfanato e produziu o documentário The Forgotten Kingdom. Mas nos tempos livres era um jovem que não perdia uma oportunidade para se divertir com os seus amigos. Não tardaram a aparecer na imprensa fotos do jovem Harry em discotecas, a fumar charros ou a beber bebidas alcoólicas (isto tudo com apenas 17 anos). Também não tardaram a aparecer notícias de como Harry se enfurecia com os paparazzi..Numa festa com o tema "Coloniais e Nativos" em Highgrove House, Harry foi fotografado mascarado como um militar nazi do Afrika Korps, com uma suástica no braço. As críticas nessa altura subiram de tom: não se tratava apenas de um jovem a aproveitar a vida, era um elemento da família real a usar um uniforme nazi. Harry viu-se forçado a pedir publicamente desculpas pela sua inconsciência..A mais conhecida das namoradas de Harry foi Chelsy Davy, da África do Sul. O par tentou sempre manter a sua privacidade, mas os tabloides não os largaram durante os cinco anos que terá durado a relação, que terminou em 2009..Em 2009, o jornal News of the World divulgou um vídeo em que, três anos antes, Harry se referia a um colega cadete como "o nosso amigo paki" enquanto um dos amigos usava uma peça de roupa na cabeça como se fosse um turbante. David Cameron, líder da oposição na altura, referiu-se a este evento como "inaceitável". Harry teve, novamente, de pedir desculpas através de um comunicado da Clarece House, explicando que este tipo de alcunhas eram comuns entre os militares e não eram de modo nenhum ofensivas..O período de rebeldia de Harry prolongou-se muito para além da juventude. Em 2012, Harry foi fotografado num hotel em Las Vegas com uma mulher, ambos nus, durante um jogo de bilhar em que quem perdia tinha de ir tirando peças de roupa. As fotografias foram divulgadas pelo site TMZ e depois pelo jornal The Sun, mais uma vez embaraçando a família real..Apesar disso, numa sondagem realizada em novembro desse ano, Harry era o terceiro elemento da família real mais popular, logo a seguir a William e à rainha Isabel II..Servindo a rainha na terra, no ar, no mar.Como futuro rei, William teria que ter uma carreira militar com alguma consistência. Assim, prestou provas e foi admitido, em 2005, na Academia Militar Real de Sandhurst, onde cumpriu o curso de 44 semanas, seguindo depois para o regimento Blues and Royals, onde se juntou a Harry, que não tinha feito a universidade e por isso tinha ido diretamente para as Forças Armadas..Depois disso, William seguiu a sua formação como piloto de helicópteros na RAF (Força Aérea), em Cranwell. Depois juntou-se por algum tempo à Royal Navy e, por fim, tornou-se piloto a tempo inteiro na RAF - Search and Rescue Force. Terminou o serviço nas Forças Armadas britânicas em setembro de 2013, passando depois a ser piloto civil na East Anglian Air Ambulance, serviço aéreo de ambulâncias perto da sua residência, em Norfolk..Harry, tal como o irmão e tal como o pai e o tio antes deles, também teve treino como piloto de helicópteros. Durante o seu serviço militar, Harry serviu no Iraque e esteve duas vezes no Afeganistão. Em 2012, o Captain Wales, como era conhecido, recebeu a distinção de Top Gun e demonstrava "uma atitude exemplar, habilidade, conhecimento do aparelho, capacidade no trabalho com armas e melhor performance nos treinos", relatava o jornal The Sun. De acordo com uma fonte, Harry tinha "uma aptidão natural para manobrar um helicóptero Apache e tornou-se o melhor atirador do seu curso de formação". "Ele demonstrou imensa dedicação e trabalhou no duro, durante os 18 meses de curso, ganhando o respeito dos seus oficiais e companheiros. Tem todas as capacidades para se tornar um excelente piloto quando estiver em ação.".Em 2014, Harry lançou os Invictus Games, um evento desportivo para ex-combatentes feridos. Para promover este evento, falou publicamente sobre a sua experiência no Médio Oriente. O trabalho com os veteranos britânicos tornou-se o principal foco das suas atividades durante 2014 e 2015, quando terminou o seu serviço nas Forças Armadas britânicas..Os muitos deveres reais.William foi o primeiro herdeiro do trono britânico a ter um emprego civil, como piloto, e cumpriu essa função até 2017 quando, finalmente, passou a assumir um papel mais ativo junto da Casa Real..Antes disso, William chegou a ser criticado porque parecia continuar a viver a sua vida sem assumir plenamente as suas funções como futuro rei. O jornal The Sun chamou-lhe "realeza relutante", uma vez que tinha tido 122 compromissos oficiais num ano em que a rainha, apesar da sua idade, cumpria 341 compromissos. "Considero o dever um assunto muito sério. Cumpro as minhas responsabilidades muito seriamente", respondeu o príncipe numa entrevista à BBC, transmitida antes do 90.º aniversário da rainha Isabel II de Inglaterra. "Mas trata-se de encontrar uma forma própria, na altura certa, e se não se for cauteloso, o dever pode tornar-se pesado, muito pesado, quando se é muito jovem, e penso que é preciso crescer para desempenhar os deveres reais", afirmou. "Vou ser muito criticado ao longo da minha vida. Não é uma coisa que eu deva ignorar completamente, mas não é algo que domine a minha vida", considerou. "Quando a rainha decidir atribuir-me mais responsabilidades, serei o primeiro a aceitá-las.".Na verdade, desde os 21 anos que William é conselheiro de Estado e tem vindo a cumprir alguns deveres como príncipe. Em julho de 2005, fez a sua primeira viagem oficial a solo, à Nova Zelândia, representando a rainha nas comemorações da Segunda Guerra Mundial. A partir de 2010 as viagens tornaram-se mais frequentes, muitas delas na companhia de Kate, sua mulher. E até com os filhos. Tal como Diana fez com William, William e Kate levaram um muito pequeno George a atravessar meio mundo numa viagem à Nova Zelândia..Desde 2009 que os dois irmãos têm a sua própria equipa, com assessores que os ajudam a cumprir melhor as suas tarefas..Harry, porque não é pretendente direto ao trono, tem, obviamente, menos deveres reais a cumprir mas também tem representado a rainha em algumas viagens e eventos. Nos últimos anos, Harry conseguiu de alguma forma "limpar" a sua imagem de jovem rebelde e apareceu, muitas vezes, ao lado do irmão e da cunhada, em diversos acontecimentos oficiais ou não, esforçando-se por ser um digno representante da família..William e Kate: o par perfeito.William e Kate Middleton já se conheciam, através de amigos, antes da universidade, quando ela ainda frequentava a escola Marlborough. Mas foi na universidade que começaram a sair juntos, primeiro como amigos, cada vez com mais frequência. Em 2002, saíram do dormitório para partilhar um apartamento com um grupo de amigos. Os dois decidiram manter a sua relação longe da imprensa e evitavam sair de mãos dadas ou sequer ser vistos em jantares juntos. Mas a partir de 2004 já toda a gente sabia que, depois de algumas relações pouco significativas, William tinha uma namorada..Apesar de não ter qualquer "sangue azul", Kate cresceu numa família milionária e frequentou colégios internos. O ambiente formal do palácio não era, de todo, uma novidade para a jovem. No entanto, ambos tiveram de aprender a lidar com a pressão da imprensa e também com a pressão da Casa Real sobre o futuro rei. Em 2007, William e Kate estiveram separados durante algum tempo - o caso foi muito comentado nos tabloides mas a relação foi reatada poucos meses depois..Em 2010, finalmente, William e Kate ficaram noivos. Ele ofereceu-lhe o anel de noivado da mãe, com uma safira de 12 quilates que valeria hoje 500 mil libras. "Quando conheci a Kate, sabia que havia algo de muito especial nela. Tinha a certeza de que era algo que gostaria de explorar mais. Acabámos por nos tornar amigos e construímos uma boa base para a relação", disse William dias antes de se casarem. O casamento realizou-se a 29 de abril de 2011, a cerimónia foi na Abadia de Westminster. Passaram, então, a ser duque e duquesa de Cambridge..Kate sabe que está constantemente a ser observada - quer pela imprensa quer pelos súbditos - e, apesar de ocasionalmente ser alvo de críticas, parece estar confortável no papel de futura rainha. Sorri, acena, fala pouco. Fotografa os filhos e é uma mãe muito presente, muito parecida com Diana, dizem alguns, mas sem nunca se esquecer da sua posição na família real..Apesar dos deveres reais, William considera a família "uma prioridade absoluta" e está determinado em dar "fundações sólidas" aos seus três filhos: George, Charlotte e Louis. "Não poderia fazer o meu trabalho sem estabilidade familiar", confessou na entrevista à GQ em 2017. "A estabilidade em casa é tão importante para mim. Quero criar os meus filhos num mundo feliz, estável, seguro e isso é muito importante para nós os dois enquanto pais", acrescentou. William e Kate esforçam-se por levar os filhos à escola todos os dias e, à noite, sentam-se para jantar em família. Fontes próximas garantem à imprensa que William é um pai "dotado". William não quer que os filhos cresçam entre os muros de um palácio. "A comunicação social torna isso difícil, mas vou lutar para que tenha uma vida normal", garantiu ele. "A verdade é que ele sabe o que aí vem e quer que eles tenham uma infância o mais normal possível", dizia essa fonte ao jornal Sunday Express em dezembro passado..As causas que os movem.Os dois irmãos criaram em 2009 uma fundação conjunta, The Foundation of Prince William and Prince Harry, para levarem a cabo as suas iniciativas de caridade. A colaboração manteve-se até ao ano passado, quando Harry e a sua mulher Meghan anunciaram que iriam criar a sua própria fundação, apesar de continuarem a colaborar em alguns projetos..Em 2011, William e Kate criaram uma fundação como seu nome, através da qual recebem donativos e apoiam mais de 20 instituições que trabalham com os mais desfavorecidos, assim como desporto e ambiente. Uma das áreas que mais têm preocupado o príncipe é a saúde mental, para a qual criaram, juntamente com Harry, a organização Heads Together..Em várias declarações, o duque de Cambridge tem alertado para a necessidade de os britânicos, especialmente os homens, falarem abertamente sobre problemas de saúde mental. "Somos um pouco envergonhados às vezes", afirmou no ano passado, lembrando que o famoso "lábio superior duro" é ótimo e necessário ocasionalmente, mas também é preciso "relaxar um pouco" e falar sobre emoções, "porque não somos robôs"..No final do ano passado, os duques anunciaram a criação do Prémio Earthshot, que irá distinguir especificamente pessoas ou organizações ligadas ao ambiente. O primeiro prémio será entregue só em 2021..Também Harry, a par da sua ligação ao desporto e aos veteranos de guerra, se interessou pelo ambiente. No ano passado criou, com a mulher, a Sussex Royal Foundation of the Duke and Duchess of Sussex..Harry e Meghan: a rutura.Harry e Meghan conheceram-se num blind date e começaram a sair juntos em 2016. Mais tarde, Harry viria a dizer que soube desde o princípio que ela era "a tal", a mulher da sua vida..Assim que a imprensa britânica descobriu a relação, todos os súbditos de Sua Majestade ficaram a saber quem era esta americana, de mãe negra e pai branco, já divorciada. Chamaram-lhe "saucy divorcee" ("divorciada picante") e sugeriram que ela ainda andava com o seu anterior namorado quando começou a sair com Harry. Pouco depois, a família real britânica foi forçada a emitir um comunicado oficializando a relação e tentando, assim, conter as notícias sobre a namorada de Harry: "Não é correto que, estando há apenas alguns meses nesta relação, Miss Markle seja sujeita a tamanha tempestade", dizia o comunicado. "Isto não é um jogo - é a vida deles." O Palácio de Kensington condenava os comentários "racistas e sexistas" de que Meghan Markle era alvo nas redes sociais e acusava os media, nomeadamente os tabloides, de "terem ultrapassado os limites"..Apesar disso, em setembro de 2017, numa entrevista à Vanity Fair, Meghan assumia: "Somos duas pessoas que estão realmente felizes e apaixonadas." Dois meses depois era anunciado o noivado: Harry ofereceu a Meghan um anel com três diamantes que ele próprio desenhou. O casamento realizou-se em maio de 2018. O pai não compareceu na cerimónia e foi o príncipe Carlos que acompanhou a noiva ao altar..Claro que os tabloides se deliciaram com os pormenores do passado de Meghan e da sua família e imprimiram todos os pormenores sórdidos e discussões de que tiveram conhecimento, com o pai, as irmãs, o ex-marido. De tal forma que Meghan acabou por processar o Mail on Sunday por ter publicado uma carta que ela tinha escrito ao seu pai. Harry, que também processou os proprietários de dois jornais acusando-os de terem colocado escutas no seu telefone, acusou os media de fazerem "uma campanha impiedosa" contra a mulher e lamentando ser, há demasiado tempo, testemunha do seu sofrimento..Em novembro de 2018, o Palácio de Kensington anunciou que os duques de Sussex se mudariam de Nottingham Cottage, perto do Palácio de Kensington, onde William morava com a família, e iriam morar na Frogmore Cottage, em Windsor. Harry e Meghan justificaram a mudança, no início de 2019, para os terrenos do Castelo de Windsor, nos arredores de Londres, onde decorreu o copo de água do seu casamento, com a necessidade de terem mais espaço para criar o primeiro filho. A imprensa não gostou, chamou-lhe "diva" e criticou os três milhões de euros gastos com as obras..O nascimento de Archie foi responsável por um breve período de tréguas. O casal apresentou o filho no seu Instagram, primeiro um pouco do rosto, os dedos das mãos, os pés. A imprensa não gostou e voltou ao ataque: porque não podia o bebé ser fotografado como todos os outros bebés reais? E, depois, começaram a surgir os boatos sobre a falta de entendimento e até a competição entre as cunhadas - Meghan e Katie - e o consequente afastamento dos casais..Numa entrevista à ITV em setembro do ano passado, Harry e Megah falaram abertamente do desconforto que sentiam em relação à imprensa. Sobre a relação com o príncipe William, Harry comentou: "Inevitavelmente, acontecem algumas coisas, mas somos irmãos e seremos sempre irmãos. Estamos, seguramente, em caminhos diferentes neste momento, mas eu estou sempre aqui para ele e sei que também posso contar sempre com ele."