A assinatura do Acordo de Preservação da Reversibilidade da Operação, proposto pelo Conselho Administrativo de Defesa Económica (CADE) brasileiro, tem como objectivo evitar danos à concorrência no mercado de cimentos, mantendo separadas as operações no Brasil até que o organismo examine o mérito das aquisições da Votorantim e Camargo Corrêa na Cimpor, ainda sem data definida..A assinatura do acordo decorre dias depois de a CSN, que falhou na tentativa de adquirir a cimenteira portuguesa, apresentar uma medida cautelar ao CADE solicitando a suspensão imediata dos efeitos dessas aquisições no Brasil, para preservar a livre concorrência..A CSN alega que o objectivo da Votorantim e da Camargo Corrêa, ao adquirir essas posições na Cimpor, foi impedi-la de ingressar no mercado de cimento..A Votorantim e a Camargo Corrêa adquiriram, respectivamente, 21,2% e 31,1% da Cimpor, em operações após o lançamento da Operação Pública de Aquisição (OPA) da CSN, em Dezembro de 2009, que falhou esta semana. .Actualmente, a Votorantim é líder com 40% do mercado brasileiro de cimento, enquanto a Cimpor ocupa a terceira posição em vendas e a quarta posição em termos de produção de cimento..A Camargo Corrêa, que chegou a apresentar uma proposta de fusão com a Cimpor, detém as marcas Cauê, no Brasil, e Loma Negra, na Argentina, onde lidera o mercado local..Na medida cautelar, a CSN alega ainda que a participação da Votorantim e da Camargo Corrêa na Cimpor vão aumentar a concentração do sector de cimentos no Brasil..Em alguns estados brasileiros, como Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul, a Votorantim e Camargo Corrêa têm praticamente o monopólio do mercado.."A operação gera impactos significativos em diversos mercados relevantes para a economia nacional", afirmou a CSN, ao defender a suspensão dos efeitos no Brasil da aquisição da Cimpor..A CSN salienta ainda que a Votorantim celebrou um acordo de accionistas com a CGD, que detém 9,6 por cento na Cimpor, o que garante ao grupo brasileiro participação semelhante à posição da Camargo Corrêa na cimenteira portuguesa..A Votorantim adquiriu 17,28 por cento da actual posição accionista na Cimpor da francesa Lafarge, oferecendo como pagamento activos no Brasil..De posse desses activos, a Lafarge torna-se uma das três maiores fabricantes de cimento no Brasil, com sete milhões de toneladas de capacidade de produção, segundo um comunicado da fabricante francesa..A Lafarge, que já actua no Brasil com quatro fábricas, salientou que reforçará seu posicionamento num mercado em ascensão com a realização de obras de infra-estruturas para o Mundial 2014 de futebol e para os Jogos Olímpicos de 2016.