"Voto de Adolfo Mesquita Nunes na IL é bem-vindo", diz Cotrim Figueiredo

O líder da Iniciativa liberal, João Cotrim Figueiredo, afirmou que o voto de Mesquita Nunes não é bem-vindo por vir do CDS, mas sim por ser de uma pessoa que toma a opção na sequência de uma análise que é coincidente com a do partido.
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O líder da Iniciativa Liberal admitiu esta terça-feira que o voto do antigo vice-presidente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes na IL, que anunciou esta intenção na segunda-feira à noite, é bem-vindo, dada a sua "qualidade técnica e política".

"Nós não pedimos apoio a ninguém, mas esses apoios quando vêm da qualidade técnica e política de Adolfo Mesquita Nunes são certamente bem-vindos", assumiu João Cotrim Figueiredo na primeira ação de campanha do dia na Marinha Grande, distrito de Leiria.

Adolfo Mesquita Nunes anunciou na segunda-feira à noite que vai votar na Iniciativa Liberal nas eleições legislativas de 30 de janeiro, dizendo que é a única solução partidária que "traz os instrumentos de criação de riqueza".

De acordo com o ex-militante democrata-cristão, é preciso uma força na Assembleia da República ou no Governo que "obrigue Rui Rio a fazer as reformas que são necessárias".

O liberal disse que o voto de Mesquita Nunes não é bem-vindo por vir do CDS, mas de uma pessoa que toma a sua opção na sequência de uma análise que é coincidente com a da IL de que Portugal precisa de mudar, de ímpeto reformista e de ganhar coragem fazer reformas.

Questionado sobre se sabia desta intenção de voto, o presidente da IL revelou que o antigo vice-presidente do CDS-PP lhe ligou durante a tarde para lhe contar.

"Adolfo Mesquita Nunes teve o cuidado de durante o dia de ontem me ligar, antes de anunciar na televisão, portanto, sim sabia, foi uma surpresa que apenas antecedeu a comunicação por umas horas", sublinhou.

E sobre um eventual convite a Adolfo Mesquita Nunes para se juntar à IL, Cotrim Figueiredo vincou que esse "não é o estilo do partido".

E acrescentou: "não convidamos ninguém, não pedimos apoio a ninguém, não andamos atrás de ninguém, fazemos o nosso caminho e com mérito nosso há muita gente que decide juntar-se a esta onda liberal".

O líder da Iniciativa Liberal (IL) acusou António Costa de "oscilações táticas" por ora pedir maioria absoluta, ora não pedir, ora querer dialogar com todos os partidos à exceção do Chega.

Na opinião de João Cotrim Figueiredo, o secretário-geral do PS muda de opinião a cada dia.

"Começou por se mostrar muito agastado com os dois parceiros da geringonça, mas agora já anda a marcar reuniões para 31 de janeiro", sublinhou o liberal na Marinha Grande, no distrito de Leiria.

Agora, acrescentou, mostra abertura para dialogar com todos os partidos à exceção do Chega, mas também já pediu e não pediu maioria absoluta.

"Portanto, ainda faltam três dias e ainda pode [António Costa] mudar oito vezes de opinião", disse Cotrim Figueiredo.

O liberal mostrou-se "surpreendido" por na política portuguesa ainda se conseguir dar crédito a pessoas que não têm qualquer espécie de convicção firme e alteram a sua estratégia e tática conforme o último dado, o que considerou não ser justo para com os eleitores.

Questionado sobre se estaria disponível para dialogar com António Costa, Cotrim Figueiredo garantiu que quem votar na IL sabe com o que pode contar, estando o mesmo escrito na moção de estratégia do partido.

Realçando já o ter dito "inúmeras vezes" durante esta campanha eleitoral, o liberal afirmou que o que a IL quer é "claríssimo" e passa por ser, em conjunto com o PSD, uma alternativa ao PS.

Contudo, o líder da IL alertou que um governo do PSD sem o Iniciativa Liberal será um governo igual ao do PS.

O liberal realçou que está nas mãos dos portugueses decidir se querem fazer uma mudança "meramente cosmética" ou se pretendem realmente reformar o país.

Se for mudar o país, então a IL é a "opção certa" porque tem no seu programa eleitoral cinco reformas estruturais, disse.

Cotrim Figueiredo falava aos jornalistas em frente ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) na Marinha Grande onde aproveitou para deixar, na escadaria, uma dezena de pinheiros para depois serem plantados no Pinhal de Leiria, grande parte do qual foi destruído nos incêndios de 2017.

Da Marinha Grande, o liberal seguiu para Leiria, palco da Final Four da Taça da Liga e que, por esse motivo, tinha muitas pessoas nas ruas.

E, simulando a marcação de um penálti num jogo de futebol, João Cotrim Figueiredo atirou uma bola para o interior de uma baliza onde se lia "estagnação, estagnação, estagnação".

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