Vitória número 13 do Real Madrid na noite negra de Karius

Tudo correu mal ao Liverpool, da lesão de Salah aos erros do guarda-redes. Bale marcou golo incrível e fez a diferença
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E vão três Ligas dos Campeões seguidas para o Real Madrid. No jogo disputado em Kiev, que teve de tudo e mais alguma coisa - menos Cristiano Ronaldo, que esteve discreto mas saiu da Ucrânia como o primeiro jogador a vencer cinco vezes a prova no formato atual, ficando a um troféu de Gento -, a equipa merengue levou a melhor sobre o Liverpool, que pode queixar-se de ter perdido o seu melhor jogador e da noite infeliz do guarda-redes Karius, culpado em dois dos três golos que sofreu. O outro foi uma obra de arte de Gareth Bale, que voltou a vestir a pele de Príncipe de Gales para resolver um jogo em que os seus colegas nem sempre se sentiram confortáveis.

Num estádio repleto e pintado de vermelho e branco, nenhum dos treinadores surpreendeu. Zidane deixou Bale no banco, preferindo a capacidade de retenção de Isco e Benzema, Klopp utilizou o 4x3x3 que tem sido a sua imagem de marca em Anfield, com o temível trio atacante constituído por Mané, Firmino e Salah. Quase como num confronto dos estilos dominantes nas ligas inglesa e espanhola, os primeiros minutos foram claramente dominados pelo Liverpool, que surgiu mais intenso, pressionando alto e com critério, o que abalou claramente a capacidade do Real Madrid em estender-se no terreno com o seu futebol de passe curto e apoios constantes.

Ainda assim, Cristiano Ronaldo conseguiu assustar os reds, aos 15 minutos, quando fugiu pelo lado direito e tentou o remate já de ângulo apertado, com a bola a sair sobre a trave. A resposta inglesa deu--se aos 23, numa jogada que deixou Roberto Firmino com espaço na área contrária - o remate saiu-lhe contra Sergio Ramos e a recarga, perigosa, de Alexander-Arnold foi detida pelo atento Keylor Navas.

Pouco depois, Jürgen Klopp sofreu um golpe terrível. Num lance a meio-campo com Sergio Ramos, Salah caiu sobre o ombro (arrastado pelo central espanhol) e ficou imediatamente a queixar-se com dores. Ainda aguentou mais uns minutos mas acabou por sair pouco depois, em lágrimas. E a verdade é que a partir daí o Liverpool como que desapareceu em termos ofensivos. Com Lallana na esquerda e Mané à direita, as coisas nunca mais foram as mesmas, mesmo que Zidane também tenha perdido Dani Carvajal.

O banco bom de Zizou

O Real Madrid aproveitou então o desnorte adversário e chegou-se à frente com perigo. Chegou a marcar, por Benzema (depois de grande defesa de Karius a cabeceamento de CR7), mas o golo foi anulado por fora de jogo e o intervalo chegou com o nulo no marcador.

A segunda parte começou com os espanhóis perto do golo. Isco aproveitou um ressalto para rematar em boa posição, mas a bola esbarrou na trave de Karius. Se aí nada podia fazer, o alemão entrou logo a seguir numa espiral de desconcentração que acabaria por custar a derrota à sua equipa. Começou por oferecer um golo inacreditável a Benzema numa reposição de bola com a mão, que o francês conseguiu desviar para a baliza (51") - golpe que não impediria o Liverpool de reagir e de chegar à igualdade, através de Mané, após Lovren ganhar o lance aéreo na sequência de um canto (55").

Zidane sacou então da cartada decisiva. Trocou Isco por Bale e o galês não demorou a fazer estragos: três minutos depois de entrar, entrou na história da Liga dos Campeões, ao marcar o golo de todas as finais. Uma bicicleta fabulosa, tal como CR em Turim, após centro de Marcelo e 2-1 no marcador. Mané ainda ameaçou o empate num lance individual que terminou no poste, mas o azar dos reds não se ficaria por aqui. Quando a equipa procurava o empate, Karius voltou à ribalta para redefinir o conceito de "frango à Kiev", ao deixar escapar uma bola rematada de muito longe por Bale. Estava feito o resultado, Zidane igualou feitos de Bob Paisley e Carlo Ancelotti (três vezes campeão europeu no banco, primeiro de forma consecutiva) e o Real cimentou o seu estatuto na prova mais importante de clubes.

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