Apoiantes da Frente Nacional e membros do denominado Coletivo contra o Fascismo envolveram-se hoje em confrontos físicos na cidade corsa de Ajaccio, quando a candidata da extrema-direita às presidenciais francesas, Marine Le Pen, se preparava para discursar..Várias dezenas de pessoas da organização antifascista que denunciavam a presença de Le Pen no parlamento local envolveram-se em confrontos com militantes da Frente Nacional (FN) e com elementos dos serviços de segurança, de acordo com a estação de rádio France Info, citada pela agência Efe..Os distúrbios levaram à intervenção das forças da ordem, que evacuaram o espaço onde estava prevista a realização do evento de campanha eleitoral..Os agentes de segurança recorreram à utilização de gás lacrimogéneo para separar os membros das duas fações, que se haviam envolvido em confrontos físicos..O momento foi captado em vídeo (atenção, imagens de grande violência):.[twitter:850757579764576256].A polícia deteve alguns membros do grupo que tinha organizado o protesto, que, de acordo com a France Info, eram independentistas corsos..A intervenção de Le Pen, em consequência, começou com mais de uma hora de atraso em relação ao inicialmente previsto, num espaço diferente do Palácio dos Congressos da Córsega, em Ajaccio..A dirigente da extrema-direita francesa dedicou uma parte substancial do seu discurso a criticar a União Europeia, que acusou de organizar "a concorrência mais selvagem e desleal" com a ausência do controlo de fronteiras que permite a imigração, ou ainda pela diretiva sobre os trabalhadores deslocados, entre outras críticas..A UE "cria as condições para uma deslocalização" da atividade económica para os países de baixo custo, afirmou, sublinhando que no interior da União há países, como a Bulgária, com salários inferiores aos da China..Le Pen responsabilizou ainda a União Europeia por, com a sua "ideologia livre-cambista", ameaçar as "identidades dos povos", uma vez que para Bruxelas essas identidades "são um travão à sua lógica mercantilista"..A eurodeputada francesa acusou ainda Bruxelas e as suas políticas de austeridade de serem responsáveis pela crise social e económica na Grécia e afirmou que, se vencer as presidenciais francesas na segunda volta do escrutínio no dia 7 de maio, "no dia seguinte à [sua] eleição [irá] a Bruxelas dizer que tudo isso acabou"..Le Pen prometeu que negociará com Bruxelas "com determinação" e que no final do processo convocará um referendo para os franceses se pronunciarem sobre que relações querem ter com a União Europeia no futuro.."Se as negociações forem um sucesso, proporei aos franceses que permaneçamos numa União Europeia totalmente reformada. Se tiverem sido insuficientes, propor-lhes-ei a saída e a criação de outra forma de cooperação entre nações livres que possam levar a cabo uma forma de comércio leal, sem colocar em perigo os nossos interesses vitais", disse a líder da FN.