Apagão deixa Venezuela às escuras, Governo denuncia "sabotagem"
Perante o apagão, o Governo de Nicolás Maduro denunciou uma "sabotagem" contra a principal central hidroelétrica. "Fomos novamente alvo da guerra elétrica. Desta vez atacaram a hidroelétrica de Guri", afirmou o ministro da Energia, Motta Dominguez, em declarações transmitidas na televisão.
O ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, qualificou o ataque como "um ato criminoso", que pressupõe "um novo fracasso para a direita", noticiou a estação de televisão estatal Telesur.
Em Caracas, a energia foi cortada abruptamente pelas 16:50 (20:50, em Lisboa) e o apagão durou mais de quatro horas, afetando todas as partes da capital e serviços, como transportes e semáforos, pouco antes do anoitecer.
As linhas telefónicas e de internet foram também interrompidas, bem como a distribuição de água nos edifícios. Entre os eventos afetados esteve o jogo de futebol, a contar para a Taça Libertadores da América, entre o Deportivo de Lara e o Emelec, do Equador, que deveria ter lugar em Barquisimeto e foi adiado para esta sexta-feira.
Os apagões elétricos são cada vez mais frequentes na Venezuela, onde as falhas elétricas eram comuns no interior do país, mas que agora afetam também a capital.
Em menos de duas semanas ocorreram pelo menos três apagões que deixaram grandes setores de Caracas às escuras.
Frequentemente o Governo venezuelano atribui os apagões a sabotagem da oposição, acusação que esta desmente, atribuindo os problemas à falta de manutenção e de investimentos no setor.
Segundo a imprensa venezuelana, milhares de empregados da estatal Corporação Elétrica Nacional da Venezuela (Corpoelec) abandonaram a empresa nos últimos anos devido aos baixos salários e à crise económica no país.