Venezuela: Governo e oposição já medem forças nas ruas
Caracas amanheceu este sábado com segurança reforçada, estradas bloqueadas e muitas pessoas a pé, no dia em que os venezuelanos regressaram às ruas, uns para apoiar o Presidente Nicolás Maduro e outros o autoproclamado Presidente interino Juan Guaidó.
No centro da capital, e vestidas de vermelho, a cor da revolução, milhares de pessoas, provenientes de vários Estados do país, estão concentradas na Avenida Bolívar, onde, junto com os líderes socialistas e o Presidente Nicolás Maduro, vão comemorar o XX aniversário da revolução bolivariana.
Os simpatizantes do regime pretendem ainda condenar as sanções norte-americanas e a ingerência de outros países nos assuntos internos do país.
Nas ruas paralelas e nas que dão acesso à Avenida Bolívar, os acessos ao trânsito estão bloqueados e são visíveis barreiras metálicas em pontos controlados pela Guarda de Honra (guarda presidencial), que permite apenas a circulação de peões e militantes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), chegados do interior do país.
Por outro lado, separados por oito quilómetros de distância, os opositores dirigiram-se até Las Mercedes, no leste da capital, onde esperam o autoproclamado Presidente interino. Juan Guaidó já veio pedir uma "demonstração de força pacífica e organizada"
Desde várias localidades, os venezuelanos marcharam em grupos de dezenas de pessoas para se encontrarem nos cinco pontos diferentes de partida previamente estabelecidos.
Em localidades como Chacaíto e outras, do leste da capital, eram visíveis grupos de agentes da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) equipados com equipamento antimotim, mesmo antes da presença de manifestantes.
A oposição marcha em apoio ao ultimato dado pela União Europeia para que sejam convocadas eleições presidenciais livres no país, para que cesse a usurpação da Presidência da República e para pedir um governo de transição no país.
A oposição não reconhece o Presidente Nicolás Maduro como chefe de Estado e acusa-o de usurpar o poder, insistindo que as eleições presidenciais antecipadas de 20 de maio de 2018 decorreram de maneira irregular.