Várias famílias vivem há meses sem eletricidade
"Estão há quatro, cinco meses com a luz desligada. Que qualidade de vida se pode ter num apartamento sem luz" e onde não funciona o frigorífico, questiona José Granja, que é o responsável do Secretariado Diocesano da Pastoral das Migrações.
O sacerdote sublinha "o sofrimento humano muito grande daqueles "que vieram das aldeias" e cujo "retorno é difícil" porque "já não têm lá família" e porque implica "a vergonha" de "assumir o insucesso de uma cultura urbana".
As declarações do sacerdote foram realizadas à margem do "Encontro Nacional de Promotores Sócio-Pastorais das Migrações", que tem lugar em Fátima até domingo, promovido pela Obra Católica das Migrações, Agência Ecclesia e Cáritas Portuguesa.
A Cáritas Diocesana "faz o que pode e o que não pode, assim como as conferências vicentinas" e o Banco Alimentar para apoiar estas famílias carenciadas, "mas não se resolve o problema de fundo que é de equidade e de justiça social", sustenta.
Numa região "onde o emprego aumentou bastante", muitos são "obrigados" a sair do país, sendo que "o problema da emigração é um problema de um país que não tem respostas", frisa.