Valentim Loureiro exorta PGR a avaliar trabalho de PJ e MP
'Gostava que, da parte da Procuradoria Geral da República, se analisasse o trabalho que cada um fez e, depois, se actuasse de harmonia com o que cada um merece', disse Valentim Loureiro, numa declaração à agência Lusa, após saber que os Juízos Criminais do Porto o absolveram no processo relativo ao jogo Boavista/Estrela de Amadora de 03 de abril de 2004.
O major considerou que houve 'ignorância' e 'incompetência técnica' de 'todos os que extraíram certidões [do processo principal Apito Dourado] e fizeram acusações', bem como da própria Polícia Judiciária (PJ), que 'manobrou esta coisa toda'.
Valentim Loureiro foi associado a 17 processos conexos com o Apito Dourado, 15 dos quais foram arquivados pelo Ministério Público, um encontra-se em fase de instrução no Tribunal da Figueira da Foz e só o relativo ao jogo Boavista/Estrela foi a julgamento.
'Naturalmente que estou feliz, mas estou, por outro lado, revoltado com uma Justiça que me envolveu em processos durante seis anos e tal, para se chegar ao fim e acontecer isto', comentou ainda Valentim Loureiro.
Tal como o autarca de Gondomar e antigo líder do Boavista e da Liga de Portuguesa de Futebol Profissional, os demais arguidos do processo Boavista-Estrela foram absolvidos no veredicto de hoje, já que o tribunal entendeu que o Ministério Público deduziu uma acusação, ratificada pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto, 'baseado em suposições'.
Os co-arguidos eram João Loureiro, filho do major e antigo presidente do Boavista, Jacinto Paixão (árbitro), José Alves (observador) e Pinto Correia (responsável pelo arbitragem).
Igualmente em declarações à Lusa, João Loureiro destacou que sai do processo '100 por cento limpo', o mesmo sucedendo com o Boavista.
João Loureiro disse ainda que a decisão do Tribunal do Porto 'vem dar ainda mais força ao Boavista no caso da estúpida descida de divisão'.
No jogo que deu azo a este processo, da época 2003/2004, o Boavista perdeu por 2-1 com o Estrela da Amadora.
Mesmo assim, a investigação avançou porque a Polícia Judiciária escutou conversas telefónicas alegadamente indiciadoras do propósito de favorecer o clube do Bessa.
A acusação do processo foi deduzida em 12 de Março de 2007, sendo a primeira proferida pela Equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado (ECPAD), liderada pela procuradora geral adjunta Maria José Morgado.
O processo 'Apito Dourado' relaciona-se com suspeitas de corrupção e tráfico de influências no futebol profissional e na arbitragem.