Vacinas. Há uma "esperança real" para acabar com a pandemia, diz OMS
"Há esperança real de que as vacinas, em combinação com outras medidas de saúde pública comprovadas, ajudarão a acabar com esta pandemia". A afirmação é do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, depois de serem conhecidos resultados dos ensaios clinicos de pelo menos três vacinas.
O otimismo do responsável máximo pela agência de saúde das Nações Unidas é manifestado após os anúncios da AstraZeneca, que está a denvolver uma vacina com a Universidade de Oxford, da Pfizer que está a trabalhar em parceria com a BioNTech e da Moderna.
Na conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que o desenvolvimento destas vacinas em meses é um "feito científico cuja importância não pode ser subestimada", declarou Ghebreyesus, salientando que a urgência com que se lançou a investigação para as obter tem que ter urgência equivalente na sua "distribuição justa" por todos os países.
A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, afirmou que é importante haver várias vacinas e de vários tipos, uma vez que será preciso vacinar "milhares de milhões de pessoas".
A mais recente vacina cujos ensaios clínicos foram divulgados, a do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford tem uma taxa média de eficácia de 70 por cento, enquanto as da Pfizer/BioNTech e da Moderna apresentam, segundo os resultados preliminares, taxas de eficácia na casa dos 90%.
A vice-diretora da OMS, Mariângela Simão, referiu que a agência está em contacto com as empresas e que está "muito esperançosa" na avaliação dos resultados dos testes clínicos, que se prevê que possam estar concluídos "no princípio do próximo ano".
Em relação à vacina da AstraZeneca, Soumya Swaminathan salientou que pode ser armazenada "temperaturas normais de refrigeração", entre 2 e 8 graus centígrados, o que significa "enormes vantagens logísticas" para a sua distribuição e armazenamento, enquanto as da Pfizer/BioNTech e da Moderna exigem armazenamento a temperaturas extremamente baixas, inferiores a 70 graus negativos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1 388 590 mortos resultantes de mais de 58,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3971 pessoas dos 264 802 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.