Turquia, Irão e Rússia comprometeram-se ontem a acelerar os esforços para conseguir estabilidade na Síria através de um "cessar-fogo duradouro" e do combate "às organizações terroristas", uma decisão tomada ontem numa cimeira em Ancara entre os três chefes de Estado destes países e numa altura em que Donald Trump está a levantar a possibilidade de retirar as tropas norte-americanas..Moscovo e Teerão são os maiores apoiantes do regime de Bashar al-Assad, já Ancara apoia os rebeldes, mas a sua decisão de trabalharem em conjunto tem feito pouco até agora para diminuir a violência, em parte por causa da suas participações militares em lados opostos. Não obstante, ontem Vladimir Putin, Hassan Rouhani e Recep Tayyip Erdogan "reafirmaram a sua determinação para prosseguir a sua ativa cooperação na Síria para alcançar um cessar-fogo duradouro entre as partes em conflito e avançar com o processo político previsto pela Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU", refere a declaração conjunta dos três chefes de Estado.."Como países mediadores, temos um entendimento comum sobre a integridade territorial e a reconstrução da Síria", declarou Recep Tayyip Erdogan numa conferência de imprensa conjunta. "Determinamos as medidas a serem tomadas nos próximos dias e consultas partilhadas", prosseguiu o turco, sublinhando que irão continuar os esforços sem dar credibilidade a "armadilhas, jogos e provocações"..Erdogan adiantou ainda ter proposto a construção de novos alojamentos para os sírios que estão de regresso às "zonas seguras" estabelecidas pelo exército turco. Sugeriu ainda a a construção de um hospital para os feridos vindos de Ghouta Oriental, em cooperação com as Forças Armadas russas..Hassan Rouhani, por seu turno, defendeu que a soberania e a integridade territorial da Síria devem ser o objetivo principal. "O combate ao terrorismo deve continuar e os vestígios desses grupos devem ser afastados da Síria", afirmou o iraniano. Este governante declarou que deve ser o povo sírio a decidir o seu futuro e que esta decisão deve ser tomada através de uma "reforma constitucional e eleições livres"..A ideia de soberania foi também mencionada por Vladimir Putin, que avisou contra as tentativas de "alimentar conflitos étnicos e sectários". O presidente russo apelou ao envio imediato de ajuda humanitária para a Síria, pedindo para que esta não fosse "politizada"..Um responsável da Casa Branca disse ontem que Donald Trump quer as forças norte-americanas (cerca de dois mil soldados) fora da Síria dentro de pouco tempo. "Não vamos retirar imediatamente, mas também não é a vontade do presidente apoiar um compromisso a longo prazo", disse a mesma fonte..O presidente francês, Emmanuel Macron, falou ontem ao telefone com o seu homólogo americano, Donald Trump, tendo os dois discutido "os esforços conjuntos para combater o Estado Islâmico no Iraque e na Síria", informou o Eliseu. "Nada nos deve distrair do objetivo de impedir qualquer ressurgimento do Estado Islâmico na região e avançar rumo a uma transição política inclusiva na Síria", pode ler-se no mesmo documento.