Uma música por dia: "Youngblood", dos Russian Circles

Banda de Chicago não precisa de falar para dar a conhecer as suas histórias. Acarinhados em Portugal, têm na precisão e na textura duas armas de peso
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Das três vezes que tive a oportunidade de ver os Russian Circles, todas em Lisboa e sempre com casa cheia, ficou claro o carinho nacional por esta banda instrumental de Chicago, EUA. Se quiserem rotular os rapazes, algo tão natural, muito mais nestes géneros post metal, post rock, post tudo e mais alguma coisa, força! No entanto, opto por dizer apenas o que me parece ser verdade e, como em todas as grandes verdades, é extremamente simples: são uma grande, excitante, e nada aborrecida banda.

Dave Turncrantz segura as coisas na bateria de forma exímia; o baixo de Brian Cook (e demais instrumentos que toca, muitas vezes em simultâneo) dá a cadência certa e desejada; os dedos de Mike Sullivan deslizam magicamente pela guitarra em loops, loops e mais ​​​​​​loops. Esta é, aliás, uma das proeminentes características dos Russian Circles e que tão explosiva e admirável é de ver a um metro de distância. A pedaleira espacial (sim, parece uma nave reluzente) de Sullivan é mais um instrumento, sobretudo o pedal (que vai gravando e reproduzindo em tempo real, basicamente) que faz o guitarrista do grupo criar texturas e paisagens sem fim, sempre definidas, sempre tensas, sendo elas frias ou quentes.

Há mais de um ano que Lisboa não vê os Russian Circles e, dessa vez, a despedida foi feita com esta ​​​​​​Youngblood.

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