Como peças de dominó, os autocratas do norte de África caíam: primeiro o tunisino Ben Ali, depois o egípcio Hosni Mubarak. Manifestações um pouco por todo o mundo árabe exigiam reformas, mudança, liberdades. Na Líbia, os protestos começaram em Benghazi, no leste do país, em meados de fevereiro de 2011. As forças leais a Muammar Kadhafi reprimiram os manifestantes um pouco à imagem do sucedido na Síria de Bashar al-Assad. Com a rápida passagem da revolta para um movimento armado, o ditador autorizou bombardeamentos contra a própria população, "ratazanas viciadas em comprimidos". Pouco antes de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter imposto uma zona de exclusão aérea e autorizado uma intervenção para proteger os civis, o coronel prometeu encontrar os opositores "dentro dos armários" e agir sem "misericórdia nem piedade"..No dia seguinte, 19 de março, caças franceses destroem tanques que se dirigem para Benghazi, dando início a uma operação militar da NATO que irá virar o jogo, mas também mergulhar o país numa década de conflito - em dois capítulos - que provocou dezenas de milhares de mortos e o maior paiol do mundo: uma estimativa de um perito da ONU apontava, em 2020, para 150 mil e 200 mil toneladas de munições não controladas em todo o país..Desde 2014, a Líbia tem estado fragmentada entre duas entidades rivais, além da presença de grupos terroristas como o Estado Islâmico. Em abril de 2019, as forças comandadas por Khalifa Haftar, apoiadas pelo Egito e pelos Emirados Árabes Unidos (e que tiveram apoio da Rússia, da França e dos EUA até certo momento) lançaram uma ofensiva para tentar capturar Trípoli. Porém, o presidente turco Recep Erdogan decidiu reforçar o apoio militar com centenas de soldados, milhares de mercenários sírios e a sua poderosa tecnologia de drones, impedindo o marechal de tomar a capital, onde estava o governo de acordo nacional (GNA), reconhecido pela ONU..Sem solução militar no horizonte, as conversações patrocinadas pelas Nações Unidas levaram por fim ao anúncio de um novo governo de unidade em 6 de fevereiro, o qual se compromete em realizar eleições em dezembro. No país rico em petróleo permanecem cerca de 20 mil mercenários e combatentes estrangeiros, pelo que a ONU apelou na semana passada para que estes se desmobilizem e saiam do território..OPI BRAGA PIRES Líbia: primeiro governo de unidade nacional em 7 anos.Outra questão premente para o novo governo de unidade nacional é o da justiça, aponta a Amnistia Internacional (AI). "Durante uma década, a responsabilidade e a justiça na Líbia foram sacrificadas em nome da paz e da estabilidade. Nenhuma delas foi alcançada. Em vez disso, os responsáveis pelas violações gozaram de impunidade e foram até integrados em instituições estatais e tratados com deferência", disse Diana Eltahawy, diretora adjunta para o Médio Oriente e Norte de África da AI. "A menos que os responsáveis pelas violações sejam levados à justiça, e não recompensados com posições de poder, a violência, o caos, os abusos sistemáticos dos direitos humanos e o sofrimento interminável dos civis que têm caracterizado a Líbia pós-Kadhafi continuarão sem cessar"..O novo Governo de Unidade Nacional (GNU), escolhido através de um processo apoiado pela ONU, é a mais recente tentativa apoiada pela comunidade internacional para unir governos rivais. No início de fevereiro, os 75 participantes líbios num fórum realizado na Suíça nomearam uma autoridade interina composta por Abdelhamid Dbeibah, um engenheiro e empresário de 61 anos como primeiro-ministro, e um conselho presidencial composto por três membros. Khalifa Haftar ofereceu "o apoio das forças armadas para o processo de paz"..Quem é o empresário que trabalhou com Kadhafi e agora conseguiu unir a Líbia?.No processo de distribuição de poderes, baseado entre outros fatores na origem dos ministros (entre a Tripolitânia, no oeste, a Cirenaica, no leste, e Fezã, no sul) o marechal parece ter voltado a perder: não colocou os seus próximos em lugares estratégicos nem ocupou o lugar de ministro da Defesa, como era seu objetivo. Embora tal ainda possa acontecer, uma vez que o posto permanece vazio. Quem também terá perdido poder foi a Irmandade Muçulmana, a corrente apoiada por Turquia e Qatar e que tinha como líder Fayez al-Sarraj, chefe do GNA desde a sua criação em 2016..Na cerimónia de saída de cena, Sarraj recordou as "dificuldades intermináveis" que o governo enfrentou, entre "a guerra contra o terrorismo", a ofensiva de Haftar para tomar Trípoli, bem como a "interferência estrangeira". "Estamos determinados a continuar o caminho da reforma e tudo o que começou", disse Dbeibah a Sarraj. Na semana passada, o parlamento aprovou as suas escolhas para um governo que disse esperar ser de "todos os líbios"..No entanto, a esperança do calar das armas e da reconstrução ficou manchada com um relatório da ONU que acusa "pelo menos três participantes" de um fórum de diálogo político de terem sido subornados para votar num candidato específico para primeiro-ministro, no caso Abdelhamid Dbeibah. O relatório não avança os nomes que figuram num anexo, que se mantém secreto. "Um [dos que foram alvo de tentativa de suborno] explodiu de raiva no hall de um hotel de Tunes quando soube que alguns participantes poderiam ter recebido entre 400 mil e 500 mil dólares [entre 335 mil e 419 mil euros] pelos votos a favor de Dbeibah, quando nem sequer aceitou receber os 200 mil dólares que lhe foram oferecidos", lê-se no "Anexo 13", a que a AFP teve acesso..Perita em resolução de conflitos, Najla Mangouch é a primeira mulher à frente dos Negócios Estrangeiros da Líbia..Em 2015, a estudar nos Estados Unidos com uma bolsa Fulbright, Najla Mangouch hesitava quanto ao regresso à Líbia. A sua mentora, uma ativista dos direitos humanos, tinha sido assassinada no ano anterior, e temia regressar, embora não tanto por ela. "Eu seria um alvo. Sou uma das vozes que estão sempre a pedir um Estado de direito, justiça e direitos humanos. Praticar as competências que estou a aprender no Centro de Justiça e Consolidação da Paz [da Eastern Mennonite University] seria perigoso, não só para mim mas também para as minhas filhas", dizia então à publicação universitária Crossroads. Olhava para 2011 como um ano "formidável" e reconhecia que as enormes expectativas do povo numa sociedade pós-Muammar Kadhafi não eram realistas. "Quando não há instituições capazes de intervir após uma revolução, cria-se então o ambiente perfeito para os extremistas.".Seis anos depois Najla Mangouch tornou-se na primeira mulher à frente da diplomacia da Líbia e a quarta do mundo árabe depois de duas na Mauritânia e uma no Sudão..Originária da Tripolitânia (oeste do país), formou-se em Direito na Universidade de Benghazi, na Cirenaica (leste), e era uma advogada divorciada quando se deu a revolução contra o regime. Em 2011 pertenceu ao Conselho Nacional de Transição, responsável pela coordenação das cidades líbias que se opunham a Kadhafi. Ao caos e violência que se seguiram, procurou abrigo fora do país. Aprofundou a formação no Centro de Justiça e Consolidação da Paz com um doutoramento em resolução de conflitos na Universidade George Mason, na Virgínia. Nos Estados Unidos tinha uma mensagem para as mulheres: "Não há nada que seja impossível. Seja qual for o desafio, capacite-se para correr o risco de fazer uma mudança.".Com eleições presidenciais e legislativas marcadas para dezembro, tem cerca de nove meses para mostrar serviço num governo de unidade nacional cujas prioridades passam pela pacificação e reconstrução. A sua tarefa passará decerto por um equilibrismo com os vários atores internacionais que nos últimos anos apostaram nas diversas fações agora reunidas no executivo, da Turquia ao Egito, da Rússia aos Emirados, além dos restantes países vizinhos. Mangouch já recebeu o congénere tunisino, tendo acordado um plano de ação conjunto para relançar as transações económicas e comerciais..Além de Mangouch, o governo formado por 35 ministros, dos quais dois vice-primeiros-ministros e quatro ministros de Estado, tem mais quatro mulheres. São elas Halima Ibrahim Abderrahmane (responsável pela Justiça), Mabrouka Othman Oki (Cultura), Houria Khalifa Miloud (ministra de Estado para os Assuntos das Mulheres) e Wafaa al-Kilani (Assuntos Sociais)..No dia 18 de março de 2011 o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução a impor uma zona de exclusão aérea na Líbia e a autorizar os Estados membros a tomar todas as medidas necessárias para proteger os civis "sob ameaça de ataque", embora "excluindo ao mesmo tempo uma força de ocupação". Além disso, pedia o reforço do embargo de armas e das sanções adotadas no mês anterior. A resolução passou com dez votos favoráveis e as abstenções de Rússia, China (com poder de veto), Índia, Brasil e Alemanha..A posição de Berlim foi criticada à época dentro e fora de portas por destoar dos parceiros europeus, em especial com Paris, Londres e Roma. "Não foi uma decisão fácil", disse então o chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle. Já o então primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, mostrou-se contra a luz verde dada por Moscovo à intervenção militar na Líbia, tendo comparado o texto com uma convocatória para as "cruzadas" e mais tarde acusado a coligação ocidental de quer matar Kadhafi sem estar mandatada para tal..cesar.avo@dn.pt
Como peças de dominó, os autocratas do norte de África caíam: primeiro o tunisino Ben Ali, depois o egípcio Hosni Mubarak. Manifestações um pouco por todo o mundo árabe exigiam reformas, mudança, liberdades. Na Líbia, os protestos começaram em Benghazi, no leste do país, em meados de fevereiro de 2011. As forças leais a Muammar Kadhafi reprimiram os manifestantes um pouco à imagem do sucedido na Síria de Bashar al-Assad. Com a rápida passagem da revolta para um movimento armado, o ditador autorizou bombardeamentos contra a própria população, "ratazanas viciadas em comprimidos". Pouco antes de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter imposto uma zona de exclusão aérea e autorizado uma intervenção para proteger os civis, o coronel prometeu encontrar os opositores "dentro dos armários" e agir sem "misericórdia nem piedade"..No dia seguinte, 19 de março, caças franceses destroem tanques que se dirigem para Benghazi, dando início a uma operação militar da NATO que irá virar o jogo, mas também mergulhar o país numa década de conflito - em dois capítulos - que provocou dezenas de milhares de mortos e o maior paiol do mundo: uma estimativa de um perito da ONU apontava, em 2020, para 150 mil e 200 mil toneladas de munições não controladas em todo o país..Desde 2014, a Líbia tem estado fragmentada entre duas entidades rivais, além da presença de grupos terroristas como o Estado Islâmico. Em abril de 2019, as forças comandadas por Khalifa Haftar, apoiadas pelo Egito e pelos Emirados Árabes Unidos (e que tiveram apoio da Rússia, da França e dos EUA até certo momento) lançaram uma ofensiva para tentar capturar Trípoli. Porém, o presidente turco Recep Erdogan decidiu reforçar o apoio militar com centenas de soldados, milhares de mercenários sírios e a sua poderosa tecnologia de drones, impedindo o marechal de tomar a capital, onde estava o governo de acordo nacional (GNA), reconhecido pela ONU..Sem solução militar no horizonte, as conversações patrocinadas pelas Nações Unidas levaram por fim ao anúncio de um novo governo de unidade em 6 de fevereiro, o qual se compromete em realizar eleições em dezembro. No país rico em petróleo permanecem cerca de 20 mil mercenários e combatentes estrangeiros, pelo que a ONU apelou na semana passada para que estes se desmobilizem e saiam do território..OPI BRAGA PIRES Líbia: primeiro governo de unidade nacional em 7 anos.Outra questão premente para o novo governo de unidade nacional é o da justiça, aponta a Amnistia Internacional (AI). "Durante uma década, a responsabilidade e a justiça na Líbia foram sacrificadas em nome da paz e da estabilidade. Nenhuma delas foi alcançada. Em vez disso, os responsáveis pelas violações gozaram de impunidade e foram até integrados em instituições estatais e tratados com deferência", disse Diana Eltahawy, diretora adjunta para o Médio Oriente e Norte de África da AI. "A menos que os responsáveis pelas violações sejam levados à justiça, e não recompensados com posições de poder, a violência, o caos, os abusos sistemáticos dos direitos humanos e o sofrimento interminável dos civis que têm caracterizado a Líbia pós-Kadhafi continuarão sem cessar"..O novo Governo de Unidade Nacional (GNU), escolhido através de um processo apoiado pela ONU, é a mais recente tentativa apoiada pela comunidade internacional para unir governos rivais. No início de fevereiro, os 75 participantes líbios num fórum realizado na Suíça nomearam uma autoridade interina composta por Abdelhamid Dbeibah, um engenheiro e empresário de 61 anos como primeiro-ministro, e um conselho presidencial composto por três membros. Khalifa Haftar ofereceu "o apoio das forças armadas para o processo de paz"..Quem é o empresário que trabalhou com Kadhafi e agora conseguiu unir a Líbia?.No processo de distribuição de poderes, baseado entre outros fatores na origem dos ministros (entre a Tripolitânia, no oeste, a Cirenaica, no leste, e Fezã, no sul) o marechal parece ter voltado a perder: não colocou os seus próximos em lugares estratégicos nem ocupou o lugar de ministro da Defesa, como era seu objetivo. Embora tal ainda possa acontecer, uma vez que o posto permanece vazio. Quem também terá perdido poder foi a Irmandade Muçulmana, a corrente apoiada por Turquia e Qatar e que tinha como líder Fayez al-Sarraj, chefe do GNA desde a sua criação em 2016..Na cerimónia de saída de cena, Sarraj recordou as "dificuldades intermináveis" que o governo enfrentou, entre "a guerra contra o terrorismo", a ofensiva de Haftar para tomar Trípoli, bem como a "interferência estrangeira". "Estamos determinados a continuar o caminho da reforma e tudo o que começou", disse Dbeibah a Sarraj. Na semana passada, o parlamento aprovou as suas escolhas para um governo que disse esperar ser de "todos os líbios"..No entanto, a esperança do calar das armas e da reconstrução ficou manchada com um relatório da ONU que acusa "pelo menos três participantes" de um fórum de diálogo político de terem sido subornados para votar num candidato específico para primeiro-ministro, no caso Abdelhamid Dbeibah. O relatório não avança os nomes que figuram num anexo, que se mantém secreto. "Um [dos que foram alvo de tentativa de suborno] explodiu de raiva no hall de um hotel de Tunes quando soube que alguns participantes poderiam ter recebido entre 400 mil e 500 mil dólares [entre 335 mil e 419 mil euros] pelos votos a favor de Dbeibah, quando nem sequer aceitou receber os 200 mil dólares que lhe foram oferecidos", lê-se no "Anexo 13", a que a AFP teve acesso..Perita em resolução de conflitos, Najla Mangouch é a primeira mulher à frente dos Negócios Estrangeiros da Líbia..Em 2015, a estudar nos Estados Unidos com uma bolsa Fulbright, Najla Mangouch hesitava quanto ao regresso à Líbia. A sua mentora, uma ativista dos direitos humanos, tinha sido assassinada no ano anterior, e temia regressar, embora não tanto por ela. "Eu seria um alvo. Sou uma das vozes que estão sempre a pedir um Estado de direito, justiça e direitos humanos. Praticar as competências que estou a aprender no Centro de Justiça e Consolidação da Paz [da Eastern Mennonite University] seria perigoso, não só para mim mas também para as minhas filhas", dizia então à publicação universitária Crossroads. Olhava para 2011 como um ano "formidável" e reconhecia que as enormes expectativas do povo numa sociedade pós-Muammar Kadhafi não eram realistas. "Quando não há instituições capazes de intervir após uma revolução, cria-se então o ambiente perfeito para os extremistas.".Seis anos depois Najla Mangouch tornou-se na primeira mulher à frente da diplomacia da Líbia e a quarta do mundo árabe depois de duas na Mauritânia e uma no Sudão..Originária da Tripolitânia (oeste do país), formou-se em Direito na Universidade de Benghazi, na Cirenaica (leste), e era uma advogada divorciada quando se deu a revolução contra o regime. Em 2011 pertenceu ao Conselho Nacional de Transição, responsável pela coordenação das cidades líbias que se opunham a Kadhafi. Ao caos e violência que se seguiram, procurou abrigo fora do país. Aprofundou a formação no Centro de Justiça e Consolidação da Paz com um doutoramento em resolução de conflitos na Universidade George Mason, na Virgínia. Nos Estados Unidos tinha uma mensagem para as mulheres: "Não há nada que seja impossível. Seja qual for o desafio, capacite-se para correr o risco de fazer uma mudança.".Com eleições presidenciais e legislativas marcadas para dezembro, tem cerca de nove meses para mostrar serviço num governo de unidade nacional cujas prioridades passam pela pacificação e reconstrução. A sua tarefa passará decerto por um equilibrismo com os vários atores internacionais que nos últimos anos apostaram nas diversas fações agora reunidas no executivo, da Turquia ao Egito, da Rússia aos Emirados, além dos restantes países vizinhos. Mangouch já recebeu o congénere tunisino, tendo acordado um plano de ação conjunto para relançar as transações económicas e comerciais..Além de Mangouch, o governo formado por 35 ministros, dos quais dois vice-primeiros-ministros e quatro ministros de Estado, tem mais quatro mulheres. São elas Halima Ibrahim Abderrahmane (responsável pela Justiça), Mabrouka Othman Oki (Cultura), Houria Khalifa Miloud (ministra de Estado para os Assuntos das Mulheres) e Wafaa al-Kilani (Assuntos Sociais)..No dia 18 de março de 2011 o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução a impor uma zona de exclusão aérea na Líbia e a autorizar os Estados membros a tomar todas as medidas necessárias para proteger os civis "sob ameaça de ataque", embora "excluindo ao mesmo tempo uma força de ocupação". Além disso, pedia o reforço do embargo de armas e das sanções adotadas no mês anterior. A resolução passou com dez votos favoráveis e as abstenções de Rússia, China (com poder de veto), Índia, Brasil e Alemanha..A posição de Berlim foi criticada à época dentro e fora de portas por destoar dos parceiros europeus, em especial com Paris, Londres e Roma. "Não foi uma decisão fácil", disse então o chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle. Já o então primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, mostrou-se contra a luz verde dada por Moscovo à intervenção militar na Líbia, tendo comparado o texto com uma convocatória para as "cruzadas" e mais tarde acusado a coligação ocidental de quer matar Kadhafi sem estar mandatada para tal..cesar.avo@dn.pt