Um morto em confrontos entre antirracistas e apoiantes de Trump. Presidente vai a Kenosha
Uma pessoa morreu baleada no sábado em Portland, nos Estados Unidos da América, durante confrontos entre manifestantes antirracistas e apoiantes de Donald Trump, avançou hoje a polícia local.
Desde a morte de George Floyd, em maio, a cidade de Portland, no estado do Oregon, tem sido o epicentro de frequentes protestos contra a violência policial nos Estados Unidos da América, movimentos que se intensificaram quando Jacob Blake, outro afro-americano, foi baleado pela polícia em Kenosha, no Wisconsin.
Segundo avançam os meios de comunicação locais, uma "marcha de várias centenas de viaturas" dirigidas por apoiantes do presidente Donald Trump também se reuniram no centro de Portland.
No Twitter, a polícia local dava conta da "violência entre manifestantes e contra manifestantes", indicando ter já feito algumas detenções, sem avançar se o tiroteio que matou uma pessoa teve ou não relação direta com os protestos.
Em comunicado, a polícia esclareceu que o tiroteio ocorreu por volta das 20:45 (hora local) no centro da cidade, acrescentando estar já em andamento uma investigação de homicídio.
A polícia "ouviu tiros vindos da vizinhança [...] e encontrou no local uma vítima com um tiro no peito", lê-se no comunicado.
Trump anunciou, entretanto, que vai visitar Kenosha, a cidade onde Jacob Blake foi baleado pela polícia. O próprio Trump admitiu visitar a cidade, uma informação mais tarde confirmada pela Casa Branca, que disse que o presidente norte-americano deverá reunir-se com a polícia e inteirar-se dos estragos provocados na cidade. A visita acontecerá na próxima terça-feira. O Wisconsin é um dos estados cruciais nas eleições de novembro próximo - com dez delegados ao colégio eleitoral, o Wisconsin vota habitualmente nos democratas, mas nas últimas eleições deu a vitória a Trump, por uma escassa margem sobre Hillary Clinton, menos de 23 mil votos.
Desde que Jacob Blake foi baleado pela polícia têm-se sucedido os protestos nas ruas de cidade, que por vezes desembocaram em protestos violentos, com viaturas incendiadas. Na passada semana um jovem de 17 anos, fortemente armado, que disse estar na cidade para ajudar a polícia e evitar motins na cidade, matou duas pessoas a tiro e feriu uma terceira. Está agora acusado de homicídio em primeiro grau. Os advogados já disseram que vai alegar legítima defesa.
De acordo com a Reuters, mais de 1000 agentes da Guarda Nacional está agora na cidade.
Na noite deste sábado, a família de Jacob Blake liderou uma marcha de centenas de pessoas contra a violência policial e o racismo sistémico nos Estados Unidos. O pai de Blake disse que o filho continua muito sedado no hospital, mas recuperou a consciência.