UGT e deputados do PS unidos em torno da austeridade
"Viemos dar conta ao grupo parlamentar do Partido Socialista do plano de ação aprovado no último congresso da UGT e das preocupações relativas ao momento que o país vive e às medidas de austeridade anunciadas na sexta-feira e verificámos que são convergentes", afirmou o novo secretário-geral da UGT, Carlos Silva, aos jornalistas.
A reunião entre a UGT e o grupo parlamentar do PS realizou-se esta tarde no parlamento no âmbito de uma ronda de encontros institucionais que a central sindical está a realizar para apresentar as conclusões do Congresso realizado a 20 e 21 de abril.
Carlos Silva reafirmou a disponibilidade da estrutura sindical para construir consensos, mas ressalvou que "há uma linha vermelha que não está disponível para ultrapassar" e que tem a ver com as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, nomeadamente, as rescisões e o aumento do horário de trabalho na administração pública e o aumento da idade da reforma sem penalizações para os 66 anos.
"Deve ser o Governo a dar um sinal à UGT para viabilizar o diálogo", afirmou o secretário-geral, acrescentando que caso o entendimento não seja possível a UGT terá de decidir em conformidade, em convergência com o restante movimento sindical.
No final do encontro, o líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, disse que esta reunião "foi de grande significado" porque "trata-se de duas entidades totalmente independentes, mas que convergem na análise da situação do país".
O deputado concordou que há uma linha que não é ultrapassável e defendeu a necessidade de consenso e diálogo para resolver os problemas do país, acusando o executivo de não trabalhar nesse sentido.
Antes da reunião com os socialistas, a UGT reuniu-se com o grupo parlamentar social-democrata ao qual apresentou cumprimentos da nova direção da estrutura sindical e as conclusões do Congresso.