UE: Costa reconhece dificuldades em compreender insegurança dos cidadãos

Após a reunião dos líderes socialistas, o primeiro-ministro reitera a ideia de necessidade de união para combater "correntes populistas" como a que alimentou o B<em>rexit</em>.
Publicado a
Atualizado a

António Costa sublinhou esta quinta-feira, em Paris, a necessidade de os líderes europeus mostrarem que perceberam o sentimento de insegurança que afeta os cidadãos da UE.

"Os cidadãos sentem que há hoje um problema porque sentem, quer na segurança, quer no emprego, quer nas expectativas de futuro, quer quanto à defesa do modelo social, que a Europa não tem cumprido aquilo que é a sua promessa fundamental de proteção dos cidadãos", afirmou o primeiro-ministro no final do encontro entre líderes socialistas europeus.

Para o chefe do executivo português, é esse estado de espírito que "tem alimentado decisões como a do Reino Unido de sair da União Europeia", assim como "grandes correntes populistas em muitos países da Europa".

Além disso, o primeiro-ministro reiterou a importância da UE face "à ameaça terrorista, à necessidade de uma gestão solidária do fluxo de refugiados" e a uma pacificação dos conflitos às portas da Europa.

"Como sempre aconteceu ao longo destes 50 anos é com a Europa que nós conseguiremos melhor resolver cada uma destas ameaças e sem Europa estaremos todos mais frágeis para enfrentar estes desafios", disse António Costa no final do encontro de líderes socialistas europeus, no Palácio de La Celle Saint-Cloud, nos arredores de Paris.

O primeiro-ministro vincou que os dirigentes europeus "têm de dar uma resposta clara" aos desejos dos cidadãos no sentido de "que a Europa seja capaz de retomar nas suas mãos o seu próprio destino em matéria de segurança, em matéria de desenvolvimento económico, em matéria de garantia do modelo social", considerando que "a Europa é capaz de responder aos grandes desafios da economia de hoje".

"Separados, estaremos todos mais frágeis para responder do que estando juntos. Nem sempre é fácil estar juntos, todos sabemos isso, mas separados ficará cada um de nós certamente em piores condições de responder à ameaça terrorista, à necessidade de uma gestão solidária do fluxo de refugiados, ao esforço que em conjunto temos de fazer para pacificar os vários conflitos que existem nas fronteiras da Europa", continuou.

António Costa, também secretário-geral do PS, falou ainda na necessidade "de apoiar o desenvolvimento, em particular, da África" e da resposta conjunta "a um mercado interno que não gere desequilíbrios, que não seja só uma moeda única mas uma moeda de prosperidade partilhada para todos".

António Costa participou hoje no Encontro de Líderes Socialistas Europeus, uma reunião presidida pelo presidente francês, François Hollande, e que contou igualmente com o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Marc Ayrault, e o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, como observador.

Na reunião também estiveram presentes o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, a vice-presidente da União Europeia, Federica Mogherini, o comissário europeu para os assuntos económicos, Pierre Moscovici e o ministro alemão da Economia e da Energia, Sigmar Gabriel, entre outros dirigentes socialistas europeus.

O encontro foi dedicado à preparação da Cimeira de Bratislava (Eslováquia), que terá lugar a 16 de setembro, sendo que a maratona negocial vai continuar nas próximas semanas com François Hollande a receber o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a 31 de agosto em Paris, e com uma reunião em Atenas, a 09 de setembro, que vai reunir os líderes dos países do sul da União Europeia, entre eles Portugal.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt