Turquia vai limitar acesso da Rússia ao Mar Negro
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, anunciou que vai implementar um pacto sobre a passagem marítima pelos seus estreitos de forma a evitar uma escalada da guerra, segundo a Reuters.
Erdogan disse que a Turquia não pode abandonar os seus laços com a Rússia nem com a Ucrânia, tendo descrito no domingo a invasão da Rússia à Ucrânia como uma "guerra", o que lhe permitiu invocar artigos do acordo internacional de 1936 que limitam a passagem de alguns navios russos pelos estreitos turcos.
O presidente turco criticou aquilo a que chamou de postura "indecisa" dos Estados Unidos e das potências ocidentais relativamente à invasão da Ucrânia, dizendo que a abordagem do Ocidente era sinal de uma ordem internacional em queda.
Erdogan disse que a Turquia não vai abrir mão dos compromissos com os seus parceiros, incluindo a NATO, mas que também não pode voltar atrás em "interesses nacionais" na sua região, tendo repetido, ainda assim, que achava a invasão russa inaceitável.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de quase 500 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.