Turquia acusa a UE de "apoiar o terrorismo"

União Europeia pediu ao país que alterasse legislação antiterrorista
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O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlüt Çavusoglu, afirmou hoje que o pedido da União Europeia à Turquia para modificar a sua legislação antiterrorista significa um "apoio ao terrorismo", noticiaram hoje meios de informação do país.

"Numa altura em que estamos imersos na luta contra organizações terroristas como o PKK (guerrilha curda na Turquia) ou o Daesh (grupo Estado Islâmico (EI)), dizerem-nos para modificarmos a nossa legislação antiterrorista ou, caso contrário, não se aprova a eliminação dos visas significa apoiar o terrorismo", afirmou o ministro, citado pela Efe.

A cadeia turca de televisão CNNTürk e a agência semioficial Anadolu fazem hoje, de acordo com a agência de notícias espanhola, eco das declarações do ministro, proferidas em Viena, durante um jantar com representantes da sociedade civil e empresários turcos, depois de participar numa conferência internacional sobre a Líbia na segunda-feira na capital austríaca.

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"Não temos nenhum medo. Quero sublinhar isto: perante uma tal imposição, não baixaremos a cabeça de forma alguma", insistiu o chefe da diplomacia turca.

A redefinição do "terrorismo" na legislação turca em termos mais precisos é uma das 72 exigências da UE para eliminar a necessidade de visas aos cidadãos turcos, e uma das cinco que Ancara ainda não cumpre.

Apesar de este compromisso constar no acordo assinado em 2013, o Governo turco tem-se recusado ultimamente a cumpri-lo, justificando que não pode permitir-se fazê-lo num momento de conflito com a guerrilha curda e com o EI.

A acusação de "colaboração com o terrorismo" é utilizada de forma corrente nos tribunais turcos contra pessoas críticas em relação ao Governo, ainda que não sejam ou tenham sido protagonistas de violência.

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