Trump "teve razão" para "ser firme" com a China , diz futuro secretário de Estado
"O princípio de base estava correto", disse Blinken no Comité de Negócios Estrangeiros do Senado norte-americano sobre a firmeza demonstrada pela Administração Trump, que deixa quarta-feira a Casa Branca, mas fez questão de vincar o seu "desacordo" em relação a "muitos pontos" da estratégia do Presidente cessante.
"Devemos fazer face à China com uma posição de força, não de fraqueza", defendeu Blinken, que assegurou que tal implicará "trabalhar com os aliados em vez de denegri-los" e "participando e liderando as instituições internacional em vez de se retirar delas".
Sobre o conflito israelo-palestiniano, Blinken indicou que Joe Biden defende que a única saída possível é "a solução de dois Estados", reconhecendo, porém, que uma tal conclusão "não é realista a curto prazo".
Nesse sentido, apelou aos palestinianos e aos israelitas para, no imediato, "evitarem medidas unilaterais que tornem o processo ainda mais difícil".
Por outro lado, o futuro chefe da diplomacia norte-americana adiantou que a administração Biden terá de "restaurar" a posição dos Estados Unidos no mundo, construindo sobre algumas das políticas externas de Trump.
Para Blinken, muitas das decisões da política externa de Trump "deixaram muito a desejar", ignorando questões críticas como a das alterações climáticas.
Na audiência de confirmação perante o Senado relativamente não contenciosa, Blinken disse que, se for confirmado no cargo, trabalhará com o Congresso para fortalecer e melhorar o acordo nuclear com o Irão, de que Trump retirou os Estados Unidos em 2018.
Assegurou também que vai tentar trabalhar sobre os "acordos de normalização israelo-árabes" que Trump selou nos últimos meses de sua presidência.
Blinken salientou ainda que a promoção dos direitos humanos e da democracia serão parte integrante da aproximação da administração Biden no que diz respeito às relações internacionais e pediu para que os Estados Unidos possam acolher uma cimeira mundial de líderes eleitos democraticamente.