Democratas falam em "pior violação da Constituição por um Presidente"

Para os procuradores democratas, Donald Trump "não tem desculpa válida nem defesa válida para as suas ações" e referem que as provas contra o ex-presidente dos EUA são "avassaladoras". O julgamento de destituição começa esta terça-feira no Senado.
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Os procuradores democratas no julgamento no Senado dos EUA acusam Donald Trump de se ter envolvido "na pior violação da Constituição já cometida por um Presidente", ao incitar os apoiantes a atacar o Capitólio, e rejeitaram retirar a acusação.

"Os seus esforços para escapar à sua responsabilidade são inúteis", acrescentaram os procuradores no julgamento que se inicia no Senado na terça-feira, referindo-se ao pedido feito esta segunda~feira pelos advogados de Trump para que a acusação fosse retirada.

"As provas" são "avassaladoras", "ele não tem desculpa válida nem defesa válida para as suas ações", escreveram os procuradores na petição enviada ao Senado na véspera da abertura dos trabalhos do julgamento político.

Os procuradores democratas, liderados pelo membro da Câmara de Representantes Jamies Raskin, mostraram que não querem ficar presos a discussões sobre a legalidade do julgamento político de Trump.

A defesa de Trump irá argumentar que o ex-Presidente estava apenas a exercer os seus direitos da Primeira Emenda da Constituição (de proteção à liberdade de expressão), quando contestou os resultados eleitorais e incitou os seus apoiantes a manifestarem-se pacificamente junto do Capitólio.

O artigo de destituição aprovado na Câmara de Representantes acusa Trump de "incitação à insurreição", imputando-lhe a responsabilidade direta pelos atos de violência no ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro, que provocou cinco mortes.

Os advogados de Trump dizem também que o Senado não tem o direito de julgar o ex-Presidente, por este já ter abandonado a Casa Branca no dia 20 de janeiro, num argumento que é contestado pelos democratas e por alguns constitucionalistas.

Trump é o primeiro Presidente a ser sujeito a um processo de 'impeachment' por duas vezes no mesmo mandato e o único a ser julgado politicamente depois de já ter abandonado o cargo.

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