Tribunal de júri francês decide futuro de português que assassinou a mãe e tentou matar o pai

Luís de Carvalho, viciado em apostas desportivas, planeou matar os pais e ficar com o dinheiro do seguro. Conhece a sentença esta quarta-feira, dia 26.
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Luís Carlos Freitas de Carvalho, 31 anos, está a ser julgado desde esta segunda-feira, dia 24 de setembro, por um tribunal de júri, por ter assassinado a mãe e ter tentado matar o pai. Conhece a sentença na quarta-feira, dia 26.

O crime foi cometido no dia 15 de março de 2016. Luís, viciado em apostas desportivas, tinha contraído vários empréstimos em nome dos pais e tinha uma dívida de 200 mil euros. Planeava saldá-la com o seguro que receberia após a morte de Ana Maria e Augusto. Planeou matá-los e depois incendiar a casa onde viviam.

O crime chocou Plaisir, em Yveslines, nos arredores de Paris e, sobretudo, a comunidade portuguesa, como explica o Actu.fr.

O corpo de Ana Maria, de 64 anos, foi descoberto pela polícia, embrulhado num lençol, na garagem, na noite de 15 de março. Tinha sido estrangulada nessa manhã. O pai também tinha sido atacado com uma picareta. Começou a desenhar-se uma suspeita : o autor dos crimes era o filho mais novo do casal, de 29 anos. Estava em fuga no seu Seat preto.

Luís Freitas de Carvalho pretendia ir até Moscovo, depois alterou o plano para a Bélgica, mas foi em Lille, cinco dias depois, que a polícia o localizou, após o suspeito contactar a namorada e se ter ligado ao Facebook.

Uma discussão com os pais

Detido e interrogado, Luís Carvalho contou que tudo começou com uma discussão com os pais, depois de estes descobrirem empréstimos de 27 mil euros nos seus nomes junto do Ikea. A mãe aceita falar com os credores e rever as condições. O filho decide passar a noite com a namorada.

De volta a casa, na manhã seguinte, cerca das 06:45, encontra-se com a mãe. Discutem. Estrangula-a. Esperou o regresso do pai e tentou matá-lo com uma picareta.

Viciado em jogo online, a família já tinha pedido a intervenção das autoridades para que fosse proibido de o fazer.

Crime premeditado? É o que o júri terá de decidir

A premeditação do crime é o que os jurados do tribunal de Yveslines terá de esclarecer. A defesa de Luís Carvalho alega que não existiu. A acusação aponta, entre outros indícios, a lista de buscas que surgem no telemóvel do alegado assassino: incêndio casa vela; seguro após incêndio; efeitos do éter ou como matar alguém com um golpe. Acreditam que o plano era matar os pais, deitar os corpos na cama e pegar fogo à casa para apagar eventuais provas. Foram encontrados bidões de gasolina.

Os dois irmãos de Luís Carvalho estarão presentes na audiência. O pai morreu nove meses depois do homicídio da mulher.

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