Três anos depois, as famílias separadas pela Guerra da Coreia vão poder reunir-se novamente

Reuniões realizam-se entre os dias 20 e 26 de agosto e serão as primeiras desde dezembro de 2015
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Os líderes da Coreia do Norte e da Coreia do Sul acordaram esta sexta-feira o reencontro das famílias separadas pela Guerra da Coreia, que teve lugar entre 1950 e 1953.

De acordo com informação divulgada pelo ministro da unificação sul-coreano ao jornal norte-americano The Independent , serão organizadas reuniões temporárias no resort Diamond Mountain entre os dias 20 e 26 de agosto.

No total cada um dos países irá enviar 100 participantes para estes encontros, os primeiros em três anos, que prometem ser emotivos, sobretudo por parte de pessoas idosas que querem ver os seus familiares antes de morrerem. Ainda segundo o mesmo jornal, quem tiver problemas de mobilidade pode trazer consigo um parente para os ajudar.

A guerra da Coreia terminou com um armistício em vez de um tratado de paz e impediu milhões de pessoas de verem as suas famílias no outro lado da fronteira.

Durante décadas a maioria da população não tinha como saber se os seus familiares ainda estavam vivos, uma vez que os governos dos dois países proibiram as comunicações por correspondência ou telefone e, mais tarde, e-mail.

Cerca de 20 mil coreanos participaram em 20 rondas de reuniões presenciais temporárias desde 2000. As autoridades norte-coreanas afirmam que o número limitado de reuniões não chega para corresponder aos pedidos de parentes idosos, a maioria com idades compreendidas entre os 80 e os 90 anos.

Segundo o Ministério da Unificação sul-coreano, mais de 75 mil dos 132 mil sul-coreanos que enviaram candidaturas para participar em reuniões acabaram por morrer, e nenhum dos participantes anteriores teve direito a uma segunda reunião.

É também por isso que as autoridades sul-coreanas esperam definir uma pesquisa para encontrar membros sobreviventes de famílias separadas e dar-lhes a possibilidade de se encontrarem.

As reuniões agendadas para agosto surgem numa altura em que a Coreia do Norte e a Coreia do Sul têm melhorado as suas relações na sequência do anunciado processo de desnuclearização da Coreia do Norte e depois da cimeira de Singapura, que permitiu a elaboração de um acordo entre Donald Trump e Kim Jong-un descrito como "histórico" e "abrangente".

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