A Transnístria anunciou esta terça-feira um ataque a um edifício governamental na capital, Tiraspol, mas a Moldávia acusou as autoridades da região separatista pró-russa de "criar pretextos para agravar a situação de segurança" e já convocou Conselho Supremo de Segurança..Várias explosões foram detetadas num prédio do governo no centro de Tiraspol, avançou o Centro de Imprensa do Ministério do Interior da Transnístria, por volta das 17:00 (15:00 em Lisboa)..Numa publicação na plataforma Telegram, o centro disse que as primeiras investigações sugerem que os tiros foram disparados de um lançador de foguetes, sem causar feridos ou mortos..O Gabinete de Reintegração, dependente do Governo da Moldávia, mostrou-se preocupado com o ocorrido e fez um "pedido à calma" ao mesmo tempo que confirmou que está a investigar o incidente..No entanto, o gabinete disse que o objetivo do alegado ataque é "criar pretextos para agravar a situação de segurança na região da Transnístria", segundo a agência russa Interfax..Os serviços de inteligência militar ucranianos disseram ter intercetado um documento que prova que as autoridades da Transnístria estavam a preparar um aparente "ataque com granada" há pelo menos três dias..O incidente faz parte de "uma série de medidas de provocação" organizadas pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia para "semear o pânico e o sentimento anti-ucraniano", disse o Ministério da Defesa ucraniano no Telegram..Na sexta-feira, o comandante adjunto das forças do Distrito militar do Centro da Rússia, o general Rustam Minnekaiev, disse que o país quer controlar o sul da Ucrânia, além do leste, não só para estabelecer um corredor terrestre a partir do Donbass até à Crimeia, mas também para criar um ponto de acesso à Transnístria..A presidente da Moldávia, Maia Sandu, já convocou uma reunião do Conselho de Segurança e após a reunião vai dar uma entrevista coletiva em que vai falar sobre as explosões no edifício governamental e numa estação de rádio, informou a presidência..Estes incidentes surgiram depois de na semana passada um oficial russo ter levantado a questão da "opressão" das pessoas que falam russo na Transnístria, no contexto da campanha militar da Rússia na Ucrânia..A Moldávia alcançou a independência no início dos anos 1990, com o colapso da União Soviética, mas as tropas da Rússia estabelecidas numa franja do território, com menos de meio milhão de habitantes, conhecida como Transnístria, opuseram-se às autoridades moldavas e estabeleceram um novo estado independente e declararam uma república de facto..A Transnístria não é reconhecida internacionalmente como país, mas continua a existir como entidade separada da Moldávia..Calcula-se que um contingente de cerca de dois mil soldados russos se mantém permanentemente na Transnístria..Tiraspol encontra-se a apenas uma centena de quilómetros do porto ucraniano de Odessa, um dos objetivos da atual campanha do Kremlin.