Transgénero condenada a prisão perpétua por violações em cadeia feminina
Definida como "predadora e manipuladora" em tribunal, uma transgénero foi condenada a prisão perpétua em Inglaterra após ter atacado sexualmente várias mulheres numa prisão feminina britânica onde tinha sido colocada. Karen White, 52 anos, confessou também que violou duas mulheres antes de estar presa. Os juízes consideraram que representa um perigo para mulheres e crianças e aplicaram a pena máxima.
White, cujo nome de nascimento é Stephen Terence Wood, estava na cadeia de New Hall em Wakefield, em prisão preventiva desde setembro do ano passado. Foi detida em agosto por ter esfaqueado várias vezes um vizinho com um bisturi. Os crimes no interior da prisão ocorreram logo a seguir, entre setembro e outubro. Foi colocada numa cadeia feminina por se apresentar como mulher e estar registada como tal, mas tinha um longo historial de violência sexual, que se veio a revelar novamente na prisão, relata a BBC.
O homem de 52 anos, que diz estar atualmente está em transição de sexo, foi sentenciado quinta-feira por duas acusações de violação, dois abusos sexuais e uma ofensa à integridade física. White tem condenações anteriores por agressão, exposição indecente e indecência grosseira envolvendo crianças, e ainda crueldade animal, indica o jornal The Guardian.
O procurador Chris Dunn descreveu White como uma "suposta transgénero" que usou essa vertente de personalidade para "entrar em contato com pessoas vulneráveis" de quem poderia abusar. Condenando White a um mínimo de oito anos e meio de prisão e um máximo de prisão perpétua, o juiz Christopher Batty disse: "É um predador, altamente manipulador e é um perigo. Representa um risco significativo de sérios danos para as crianças, para as mulheres e para a sociedade em geral."
White participou na sessão no tribunal de Leeds via videoconferência de uma prisão masculina, em Leeds, onde está agora presa. Segundo a imprensa britânica, vestia uma blusa estampada, usava uma peruca loira e uma bengala. O tribunal foi informado de que, desde que entrou no sistema prisional, White, que agora usa uma cadeira de rodas regularmente, iniciou o tratamento de mudança de sexo. Tem um historial de violência sexual. Em 1989, quando ainda era Stephen, foi condenada por exposição indecente quando se expôs sexualmente junto a um parque infantil. Depois seguiram-se vários casos em que as vítimas são mulheres ou crianças.
Enquanto em prisão preventiva, usava uma peruca, maquilhagem e seios falsos. Em setembro foi revelado o primeiro caso de abuso sexual sobre uma reclusa e logo depois outra situação foi reportada. Enquanto detida nesse período, White escreveu uma carta a uma mulher. Foi esta carta que desencadeou uma investigação mais profunda quando a mulher devolveu a missiva dizendo que não queria receber mais nenhuma correspondência de White. As autoridades prisionais e a polícia começaram a investigar e a mulher, de 20 e poucos anos, disse à polícia que foi violada cinco ou seis vezes entre janeiro e dezembro de 2016. A polícia também investigou uma violação de 2003. Em prisão preventiva, White admitiu livremente a agentes de liberdade condicional que estava sexualmente interessada em crianças e poderia abusar de uma criança, sem que isso a incomodasse.
O Ministério da Justiça inglês pediu desculpas por ter transferido White para uma prisão de mulheres, dizendo que o seu historial de ofensas não havia sido levado em conta. Um porta-voz dos serviço prisionais britânicos também reagiu: "Pedimos sinceras desculpas pelos erros cometidos neste caso. Enquanto trabalhamos para administrar todos os prisioneiros, incluindo aqueles que são transexuais, com sensibilidade e em conformidade com a lei, estamos certos de que a segurança de todos os prisioneiros deve ser nossa prioridade absoluta."