Tiros e explosões na Estónia. Mas são apenas jogos de guerra

Mais de 13 mil tropas estónias (incluindo 7000 reservistas) e de oito países da NATO participam em exercícios que simulam a invasão pela Aslavia, país fictício a lembrar a Rússia.
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Raido Rensalu gastou 1700 euros do seu próprio bolso para viajar da Austrália para a sua Estónia natal. O objetivo? Participar nos jogos de guerra que há uma semana transformaram as florestas e campos estónios num cenário de conflito, com tiros e explosões. Além de 13 mil militares da Estónia (7000 dos quais reservistas como Raido), participam no exercício tropas de oito países da NATO, entre eles EUA, Reino Unido, Polónia ou Alemanha. E se estes jogos de guerra foram planeados bem antes da anexação da Crimeia pela Rússia, as comparações entre a Aslavia, o fictício país invasor, e a Rússia, são inevitáveis.

"Venho de uma família de militares - lutar pelo meu país está-me no sangue", explicou Raido Reinsalu ao Financial Times. Aos 24 anos, o filho de um militar que combateu no Exército Vermelho na Segunda Guerra Mundial garante que "fazer isto é muito importante. Todos apoiamos [estes exercícios]". Raido foi um dos estónios que responderam a uma campanha televisiva que há mais de um ano lançava o desafio aos cidadãos privados, mas também às empresas, para participar nestes jogos de guerra. Estes são os maiores exercícios militares na Estónia - um pequeno Estado báltico entalado entre a gigante Rússia e o mar -, desde a independência, em 1991, após o fim da União Soviética.

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