Tiago Bettencourt leva a "toca" ao coliseu

O músico recria amanhã ao vivo, ​​​​​​​em Lisboa, os diretos Tiago na Toca, que manteve <em>online </em>durante o primeiro confinamento.
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É já quase uma tradição da quadra, os concertos de final de ano de Tiago Bettencourt no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, onde regressa já amanhã para "um reencontro muito especial com os fãs", como descreveu em conversa com o DN. Afinal, trata-se da recriação, ao vivo, dos famosos lives Tiago na Toca, que manteve ao longo de várias semanas durante o primeiro confinamento. Em cada uma destas sessões semanais, o músico interpretava três temas seus, três versões de outro artista e ainda uma faixa do disco Tiago na Toca, de 2011 (e agora novamente reeditado na véspera do concerto), no qual cantava poemas de autores portugueses como José Carlos Ary dos Santos, Florbela Espanca, Sophia de Mello Breyner Andersen, Alexandre O"Neill, Fernando Pessoa ou David Mourão Ferreira. "Deu-me uma trabalheira, essa quarentena. Aliás, não costumo ficar nervoso antes dos espetáculos, mas nesses diretos ficava bastante ansioso", recorda com humor.

A opção de trazer estes momentos mais intimistas para um palco como o do coliseu, especialmente numa altura em que ainda está a promover o último álbum de originais, 2019 Rumo ao Eclipse, editado no ano passado, poderá parecer estranha à luz da lógica da indústria, mas é justificada de forma bastante simples pelo músico. "Estava com esperança de realizar um concerto no Coliseu nesta altura do ano e o lógico seria sem dúvida tocar o álbum. Pareceu-me no entanto mais simbólico criar este formato especial, em que vamos trocar os diretos na internet por um pseudo-final de pandemia ao vivo, todos juntos, na mesma sala. A ideia é não só celebrar esses diretos, nas especialmente as pessoas que os possibilitaram e toda a luta e resiliência desse período tão singular para todos nós, enquanto sociedade", explica.

Ao todo, "foram para aí 30 sessões", o que significa que nem todas as músicas aí interpretadas podem agora ser repetidas no Coliseu. "Ao contrário dos diretos, este é um espetáculo com e para o público, logo mais exigente, até por ser onde é. Estou a ver que versões resultam melhor, também vou tocar algumas músicas novas e vou ter alguns convidados", revela. Em relação a estes últimos, foram entretanto já revelados quem são e além da habitual banda que sempre o acompanha em palco (João Lencastre, João Hasselberg, Pedro Branco e João Bernardo), vão também passar pelo Coliseu Pedro Puppe (oioai, Miuda), David Fonseca e Marco Paulo. Grande parte do tempo, porém, Tiago estará sozinho no palco de 360º montado no centro do Coliseu. "Apesar dos convidados, vai ser um espetáculo a solo, mas em que vou usar algumas máquinas, sintetizadores e efeitos de loop, porque estar sozinho no palco apenas com uma guitarra já me deixa um pouco inquieto", confessa. Quanto ao palco, admite que gosta de estar no meio da sala: "É um formato diferente, que me obriga a virar para todo o lado, mas acaba por ser mais intimista para todos, porque a partilha torna-se muito mais intensa e especial, como se fosse um encontro de amigos. E na verdade é", sustenta. Como se percebe, já não é a primeira vez que Tiago atua num palco assim, já o fez anteriormente nesta mesma sala, mas acompanhado pela banda, ao contrário de agora. "No final de um espetáculo assim há sempre uma sensação de descompressão muito grande, que normalmente é partilhada com a banda, mas desta vez vou estar sozinho, vai ser algo completamente novo para mim. É um bocado assustador, mas não quero pensar muito nisso para já", assume.


TIAGO NA TOCA

Coliseu dos Recreios, Lisboa. 20 de dezembro, segunda-feira, 21h. €18 a €4

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