The Strokes e a obrigação de um novo disco
Artista: The Strokes
Álbum: 'Comedown Machine'
Editora: RCA Records / Sony Music
Classificação: 2/5
O single All the Time (o primeiro cartão de visita do novo álbum dos The Strokes) e o seu respetivo teledisco acabam por ser um bom reflexo do que é na verdade este Comedown Machine. A canção olha com uma visão de fantasma moribundo para os Strokes de Is This It (2001). Já o vídeo resume-se simplesmente a um aglomerado de imagens da banda em concertos do passado, sem qualquer vontade de fazer algo inspirado com essas imagens.
O sucessor de Angles (2011) é isto, um conjunto de canções sem inspiração e onde a vontade dos seus intervenientes em fazer alguma coisa em conjunto parece nula. Mais uma obrigação contratual com a editora do que um qualquer impulso criativo. Nem o facto de desta vez Julian Casablancas se ter reunido com os seus colegas no mesmo estúdio (algo que não aconteceu no álbum antecessor, dado as intensas desavenças no seio do grupo) ajudou ao resultado final que agora dá pelo nome de Comedown Machine.
Ainda assim, as ideias que Casablancas já tinha explorado no seu álbum a solo (Phrazes for the Young, de 2009) ganham aqui uma clara continuidade. O seu fascinío pela pop sintetizada dos anos 80 volta a sentir-se em canções como One Way Trigger, Chances ou 80's Comedown Machine.
Além do já citado All the Time, também a canção 50/50 pretende de alguma forma devolver ao grupo o espírito mais desbragado da banda quando se estreou nestas lides há 11 anos.
No entanto, não só este quinto álbum de estúdio sofre de um défice tremendo de canções memoráveis, que não sejam meras variações menores sobre o que fizeram no passado, como parece não ter qualquer motivação para contrariar esta tendência.