The Boss: Cinco inéditos e vários sucessos em novo disco memorialista
Para quem comprar a edição de luxo que contém o livro de memórias de Bruce Springsteen e o seu novo disco, Chapter and Verse, o mais surpreendente é o confronto que resulta da interligação entre o texto e o CD. Ou seja, o leitor confirma que aquilo que está escrito nas páginas do livro é mesmo verdade ao escutar as primeiras cinco músicas, e logo recorda as fotografias do encarte em que o jovem Bruce está com a sua banda a tocar em armazéns de província e, principalmente, em busca da sua voz.
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Quando se ouvem as duas primeiras faixas, Baby I e You Can"t Jugde a Book By the Cover, em que está acompanhado da sua banda, The Castiles, é uma viagem até um tempo quase pré-histórico da pop dos anos 60. Se a primeira logo mostra a batida forte que o vai caracterizar, já a segunda parece que estão a reproduzir o som inicial dos Rolling Stones.
À terceira canção, He"s Guilty, já com a banda rebatizada de Steel Mill, os primeiros segundos antecipam um som à David Bowie para logo regressar aos idolatrados Stones ou à banda Cream, que tanto seduzia Springsteen.
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O som mais próximo do Bruce que viemos a conhecer surge com uma outra banda, The Bruce Springsteen Band, no tema The Ballad of Jesse James. Em que a sua voz e guitarra tomam forma em vez de imitar Elvis Presley, os grupos da moda e as importações inglesas, mesmo que seja impossível não reconhecer uma sonoridade à Crosby, Stills, Nash & Young, ou deixar de perceber a importância da guitarra de Steve van Zandt na composição.
A partir daí, em Henry Boy, o Bruce Springsteen de Nebraska surge claramente numa faixa em que a guitarra é o único instrumento que acompanha a sua voz. É ele; reconhece-se o Boss. Só a partir destas canções (quase) desconhecidas, tem início o alinhamento que qualquer fã decente já conhece.
Chapter and Verse
Bruce Springsteen
Editora Sony Music
PVP: 17,90 euro