Os portugueses vão poder fazer em casa testes de despiste do VIH, anunciou esta quinta-feira o secretário de Estado da Saúde, que espera que esta opção seja uma realidade ainda este ano..Em entrevista à agência Lusa, por ocasião da divulgação dos mais recentes dados sobre esta doença, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, revelou que o Governo vai começar a trabalhar para alterar a legislação em vigor, que impede a realização de testes de VIH em casa.."Vamos mudar a lei para que, até ao final do ano, os portugueses que quiserem possam comprar o teste na farmácia e fazer em casa", afirmou o governante..No caso de os testes serem positivos, os doentes podem marcar uma consulta num hospital "para repetirem o teste e serem reorientados", acrescentou..Com esta iniciativa o ministério da saúde espera conseguir reduzir os casos de deteção tardia de pessoas infetadas com sida..Segundo Fernando Araújo, quem opta por este sistema são pessoas que não recorrem a outros serviços de saúde e os países onde esta possibilidade já existe revelam que a medida é um sucesso.."Em geral, impede novas transmissões. As pessoas ao saberem que estão infetadas tendem a proteger-se para evitar a disseminação", acrescentou, sublinhando que esta será apenas mais uma alternativa às já existentes..Diagnosticar cada vez mais cedo para evitar novos contágios é um dos desafios da tutela que reconhece que em Portugal há uma "elevada taxa" de diagnósticos tardios, acrescentou..O secretário de Estado lembrou que atualmente é possível realizar testes de despiste nos centros de saúde e hospitais, assim como em muitas ONG (Organizações Não Governamentais) "que fazem um trabalho espetacular em Portugal"..Junto da comunidade prisional, mas também com as grávidas, já existe um trabalho de deteção, mas o secretário de Estado considerou insuficiente.."Temos um sistema montado, mas achamos que não é suficiente. Apesar de termos esse acesso muito facilitado, continuamos a ter infeções tardias", lamentou..Também as farmácias devem começar a realizar testes rápidos de rastreio ao VIH/sida e hepatites B e C já em agosto, acrescentou o governante, explicando que o processo de formação dos profissionais está a terminar.